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  • Bom, agora só me resta a despedida. Obrigado por ter acompanhado o Observador em mais um debate presidencial dos EUA. Dentro de poucas horas, teremos disponíveis alguns textos de análise ao debate. Alguns poderão surpreendê-lo.

    Uma boa noite a quem ainda vai dormir e uma boa continuação aos que vão agarrar o dia agora!

  • E é assim que termina o debate.

    Visto a quente, pode dizer-se que foi o debate menos agressivo e também mais equilibrado dos três entre os dois candidatos. Houve espaço para que fossem referidas questões como as acusações de falta de respeito em relação às mulheres por parte de Donald Trump e também para os emails de Hillary Clinton. Mas também se falou de política. Economia e mercado de trabalho, imigração, relações internacionais, o Iraque e a Síria, a dívida…

    Apesar do tom mais controlado, o debate não foi surpreendente. Porém, fica a declaração de Donald Trump, que, quando lhe perguntaram se iria aceitar os resultados das eleições caso venha a perder, respondeu: “Logo vejo”.

  • Clinton:

    “Eu quero dizer a todos os que estão a ver o debate desta a noite que eu estou a dirigir-me a todos os americanos — democratas, republicanos, independentes — porque nós precisamos da ajuda de toda a gente para levar o nosso país aonde ele deve estar. Fazer crescer a economia, torná-la mais justa, a funcionar para todos. Precisamos do vosso talento, das vossas capacidades, o vosso compromisso, a vossa energia e a vossa ambição. Eu tive o privilégio de ver a presidência de perto. E eu conheço a responsabilidade enorme de proteger o nosso país e a incrível oportunidade de trabalhar para melhorar a vida de todos vós. Eu tornei as causas das crianças e das mulheres o trabalho da minha vida. É isso que farei como Presidente. Eu vou estar do lado das famílias contra os grande interesses, grandes empresas. Vou assegurar-me de que têm bons empregos com rendimentos a crescer, que os vossos filhos têm educação, da creche à universidade, e espero que me deem a oportunidade de ser vossa presidente.”

    Trump:

    “Ela quer tirar o dinheiro das pessoas que quer controlar. As coisas não funcionam assim. Quando eu comecei esta campanha, eu disse que íamos tornar a América grande de novo. E vamos. Nós temos um exército enfraquecido que tem de ser ajudado e consertado, nós temos as melhores pessoas do mundo no exército. Não tomamos conta dos nossos veteranos mas tomamos conta dos imigrantes ilegais melhor. isso não pode acontecer. Os nossos polícias não são respeitados. Precisamos de lei e ordem, mas também precisamos de justiça. Os nossos subúrbios são um desastre, leva-se um tiro enquanto se vai às compras, não há educação nem emprego. Eu vou fazer mais pelos afro-americanos e latinos do que ela alguma vez poderá fazer em 10 vidas. Tudo o que ela fez foi falar, em relação aos afro-americanos e os latinos. Eles vão buscar os votos e depois dizem ‘vemo-nos daqui a quatro anos’. Vamos tornar a América forte de novo, vamos tornar a América grande de novo, e isso tem de começar agora. Não podemos aguentar mais quatro anos de Barack Obama, e é isso que temos se a escolhermos.”

  • E agora já no finzinho, cada candidato dirá durante um minuto porque é que deve ser eleito.

  • Agora, a sustentabilidade do Medicare e da Segurança Social. A pergunta é se consideram aumentar impostos para conseguir sustentar aqueles dois programas.

    Trump reforça a promessa de não aumentar os impostos e a defender que é preciso acabar com o Obamacare.

    Clinton diz que vai buscar dinheiro aos mais ricos e diz que não vai cortar aqueles programas.

  • Agora fala-se da dívida pública dos EUA, com Chris Wallace a dizer que os programas dos dois candidatos vão aumentar a dívida do país. “Porque é que estão os dois a ignorar este problema?”, perguntou o moderador.

    Trump:

    “Eu disse que isso é errado, porque eu vou criar muitos empregos. E eu vou levar o crescimento de 1% do PIB para 4%. E eu acho que podemos ir para lá disso, para 5 ou 6%. E se assim for nem precisa de se preocupar com a sua pergunta, porque temos uma grande máquina. Vamos criar uma máquina económica tremenda, de novo. Vamos recuperar os nossos empregos. Eu vou criar o tipo de país que éramos no ponto de vista da indústria e que já não somos. Nós fomos muito descuidados (…). Nós temos os melhores negociadores do mundo, temos de usá-los para negociar os nossos acordos comerciais (…). As pessoas vão voltar ao trabalho e vão ter muito dinheiro.”

    Clinton:

    “Eu acho que é importante reconhecer que ele tem criticado o nosso Governo durante décadas. Em 1987 ele comprou um anúncio de 100 mil dólares no The New York Times durante o tempo em que Ronald Reagan era Presidente e disse exatamente o que acaba de dizer agora. Que éramos a anedota do mundo. Ele estava a criticar o Presidente Reagan. É assim que ele olha para ele próprio: mete-se no meio e diz ‘eu, sozinho, consigo tratar da situação’. Se olharmos para a dívida, eu pago tudo o que proponho, não meto um cêntimo na dívida (…). Quando eu falo sobre como vamos pagar a educação, investir na infraestrutura (..) eu tornei muito claro que vamos atrás de onde o dinheiro está.”

  • Trump responde:

    “É tão ridículo que ela disse (…) Eles fizeram um cessar-fogo há três semanas, um cessar-fogo acordado pela Rússia e os EUA na Síria. Durante o cessar-fogo a Rússia conseguiu vastos terrenos e depois disse ‘já não queremos o cessar-fogo’. Nós estamos a ser enganados em mísseis, cessar-fogo… O nosso país está a ser enganado por Putin, Assad e pelo Irão. Ninguém acredita no quão estúpidos são os nossos líderes.”

  • Trump responde:

    “É tão ridículo que ela disse (…) Eles fizeram um cessar-fogo há três semanas, um cessar-fogo acordado pela Rússia e os EUA na Síria. Durante o cessar-fogo a Rússia conseguiu vastos terrenos e depois disse ‘já não queremos o cessar-fogo’. Nós estamos a ser enganados em mísseis, cessar-fogo… O nosso país está a ser enganado por Putin, Assad e pelo Irão. Ninguém acredita no quão estúpidos são os nossos líderes.”

  • Agora sobre o encerramento do espaço aéreo da Síria, defendido por Hillary Clinton, Chris Wallace pergunta se um avião russo seria abatido caso entrasse em violação daquela regra.

    Clinton:

    “Eu acho que o encerramento do espaço aéreo pode salvar vidas (…). Isto não seria feito no primeiro dia, levaria a muitas negociações, onde tornaríamos claro aos sírios e aos russos que o nosso objetivo é criar zonas seguras no terreno (…). Há milhões de pessoas que já saíram da Síria. Eu acho que podemos fazer um acordo e deixar claro aos sírios e aos russos que isto é algo que acreditamos que é do interesse das pessoas na Síria e que ia ajudar na nossa luta contra o Estado Islâmico.”

    E depois respondeu a Trump sobre a questão dos refugiados:

    “Eu não vou permitir a entrada a ninguém neste país em que não confiamos, mas eu não vou fechar a porta a mulheres e crianças. A fotografia do rapaz de 4 anos em Aleppo na ambulância com sangue na cabeça é assombrosa. Nós vamos fazer uma averiguação cuidadosa e minuciosa.”

  • De Mossul, agora fala-se de Aleppo. Chris Wallace diz que Donald Trump disse “várias coisas que não são verdadeiras” sobre a situação daquela cidade síria.

    Trump:

    “Aleppo é um desastre, é um desastre humanitário (…). Muito disto é por causa de Hillaru CLinton. Porque ao lutar Assad, que provou ser muito mais duro e esperto do que ela e Obama, toda a gente pensava que ele ia cair há dois anos. Ele alinhou-se com a Rússia e com o Irão, que nós tornámos muito fortes (…). Eles não querem o Estado Islâmico, mas têm outras coisas. E nós estamos a apoiar os rebeldes, mas não fazemos ideia de quem eles são (…). Se ela não tivesse feito nada, estaríamos em muito melhor forma (…). E foi isto que causou a grande migração, com ela aceitar dezenas de milhares de refugiados sírios que em muitos casos são alinhados com o Estado Islâmico e agora estão no nosso país e vamos ver que são um grande cavalo de Tróia. Muita sorte, Hillary, belo trabalho!”

  • Clinton responde a Trump:

    “Mossul é uma cidade sunita, está na fronteira da Síria e, sim, nós temos de ir atrás do [Abu Bakr Al] Baghdadi, tal como fomos atrás do Bin Laden enquanto você estava a fazer o Celebrity Apprentice. Mas para fazermos isso temos de nos livrar dos seus combatentes (…), vai ser difícil, mas eu acho que podemos conquistar Mossul e depois avançar apara a Síria e conquistar Raqqa.”

    A partir desta altura, Donald Trump falou por cima de Hillary Clinton durante bastante tempo, cortando qualquer hipótese de a sua adversária ser ouvida.

  • Agora o Médio Oriente, com ênfase para o combate ao Estado Islâmico e com referência à atual ofensiva sobre Mossul. A pergunta é se apoiam o envio de tropas americanas.

    Clinton:

    “Eu fico feliz de saber que há um esforço do Governo iraquiano, com ajuda de forças curdas e também com o apoio e conselhos de forças especiais americanas no terreno, mas eu não vou apoiar o envio de tropas americanas para o Iraque como uma força ocupadora (…). Isso não nos convém nem é do nosso interesse. Isso seria uma grande bandeira vermelha para o Estado Islâmico se reconstituir”

    “Nós sabemos que temos muito trabalho pela frente, a Síria vai continuar a ser um local forte para o terrorismo enquanto houver uma guerra civil alimentada e permitida pelos iranianos e russos. Por isso digo que temos de ter um olho no Estado Islâmico. É por isso que quero serviços secretos pra nos protegerem em casa, temos de ir atrás deles no ar, no terreno, online, e assegurar que em casa nenhum terrorista compra armas. E eu vou continuar a fazer por um encerramento do espaço aéreo (…) para ganhar uma vantagem tanto com o Governo sírio como a Rússia (…) para trazer o conflito a um fim e seguir o caminho da política.”

    Trump:

    “Nós tínhamos Mossul. Mas quando ela saiu, quando tirou toda a gente, perdemos Mossul (…). O problema com Mossul, e eles queriam tirar de lá os líderes do EI, é que há três meses ouvi dizer que eles queriam atacar os seus líderes. O que é feito do efeito de surpresa? (…) Estas pessoas já saíram todas. George Patton está às voltas no túmulo ao ver a estupidez do nosso país (…)”

    “O Irão devia escrever-nos uma nota de agradecimento. Tal como no acordo mais estúpido de sempre. Agora deviam escrever uma nota a dizer ‘muito obrigado’ porque como eu já disse há muitos anos, o Irão está a controlar o Iraque, que é algo que eles sempre quiseram.”

  • Agora Hillary Clinton responde, com uma tirada que deve ter ensaiado inúmeras vezes ao espelho durante a última semana:

    “Não é assim que a nossa democracia funciona, estamos aqui há 240 anos, tivemos eleições livres e justas, aceitámos os resultados mesmo sem gostar deles, e isso é aquilo que se espera de qualquer pessoa que vai para o palco de um debate durante umas eleições. O presidente Obama disse no outro dia que quando se está a fazer birra antes de sequer acabar, isso demonstra que não se é apto para o trabalho. E vamos ser claros: ele está a fazer pouco da nossa democracia e eu estou horrorizada que alguém que é um nomeado de um dos maiores partidos do nosso país tome uma posição destas.”

  • Agora Trump responde às acusações de as eleições estarem “engendradas”. A pergunta é se vai aceitar o resultado das eleições:

    “Vou ver isso na altura. O que eu tenho visto é que os media são tão desonestos e tão corruptos e envenenam as mentes dos eleitores”, disse. “Há milhões de pessoas que estão registadas para votar e que não deviam”, completou.

    Aqui um sublinhado: na última pergunta do primeiro debate, Donald Trump disse que iria reconhecer uma vitória eleitoral de Hillary Clinton. Agora, muda o discurso de forma clara.

  • E parece que Clinton conseguiu escapar à questão da Clinton Foundation, desviando o tema para a recusa de Donald Trump de divulgar a sua declaração fiscal.

  • Agora o tema da Clinton Foundation e das acusações que apontam para Clinton ter favorecido indivíduos e associações que faziam doações para a Clinton Foundation enquanto ocupava o cargo de Secretária de Estado.

    Clinton começou por evitar a resposta, com o moderador a pedir-lhe que respondesse diretamente, em vez de referir o trabalho filantrópico da Clinton Foundation. Trump aproveitou para lhe perguntar: “Porque é que não devolve o dinheiro que aceitou de países que tratam tão mal as mulheres?”.

    Clinton diz que “90% do dinheiro doado” é usado em “programas” em todo o mundo. E depois comparou a sua fundação com a Trump Foundation, referindo a aquisição de um quadro de 1,80m de Donald Trump com dinheiros daquela organização.

  • Donald Trump desvia a conversa do tema da gravação e do seu comportamento junto das mulheres e fala dos emails de Hillary Clinton enquanto Secretária de Estado.

  • Agora voltamos ao tema da gravação de Donald Trump e das acusações de 9 mulheres contra ele. E para Clinton a pergunta é sobre a acusação do mesmo teor contra o seu marido e também a acusação de ela ter facilitado as alegadas transgressões de Bill Clinton.

    Trump:

    “Essas histórias foram desmentidas. Eu não conheço essas pessoas, tenho uma ideia de como é que elas surgiram, é da campanha dela (…). Eu nem sequer pedi desculpa à minha mulher porque eu não fiz nada. Eu não conheço essas mulheres, nunca as vi. Estas mulheres, ou querem fama ou foi obra da campanha dela [Hillary Clinton]. Eu acho que foi a campanha dela.”

    Clinton:

    “No último debate ouvimos o Donald a falar do que fez a mulheres. depois disso, vimos várias mulheres a dizer que é exatamente aquilo que ele faz. A resposta dele foi ter vários comícios e ele disse que não podia ter feito aquelas coisas àquelas mulheres porque elas não eram atraentes o suficiente para ele abusar delas. Ele disse: ‘Olhem para ela! Acho que não…’. E de outra disse: ‘Ela não seria a minha primeira escolha’. (…) O Donald acredita que pode passar por uma pessoa maior ao menorizar as mulheres (…). Eu acho que depende de todos nós demonstramos quem somos e como o nosso país é e para sermos claros em relação Àquilo que esperamos do nosso Presidente, de como queremos unir o nosso país e de como não queremos que as pessoas sejam colocadas umas contras as outras.”

  • Clinton:

    “Quando vi o acordo final do TTP eu disse que era contra porque não estava ao nível do que eu queria para a cria de emprego. Mas só há uma pessoa neste palco que já mandou empregos para o México. Foi o Donald. Ele já mandou empregos para 12 países, incluindo o México. E já que falámos na China, um dos problemas que temos é o dumping ilegal de aço e alumínio chinês no nosso mercado. Eu lutei contra isso (…). O Donald já comprou aço e alumínio chinês, o Trump Hotel aqui em Las Vegas foi construído com aço chinês. (…) Ele está a deitar lágrimas de crocodilo.”

  • Trump responde a pergunta sobre economistas que dizem que o seu plano económico é “irrealista”. Aqui está a resposta:

    “O nosso país está estagnado, perdemos o nossos empregos, perdemos os nossos negócios, não estamos a fazer nada, os nossos produtos entram da China, do Vietname… Eu visitei tantas comunidades, conheci tanta gente, fiz tantos amigos no último ano, e eles choram quando vêm o que aconteceu. Passo em fábricas que estavam no auge há 20 anos e por causa da lei que o marido dela assinou e ela abençoou… é horrível o que está a acontecer com estas pessoas (…). Agora ela quer assinar o TTP”

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