A pequena cidade costeira Mar del Plata parece não ter paz e volta a ser notícia pelos piores motivos. Depois da jovem Lucia Pérez ter sido brutalmente violada e empalada, acabando por morrer, vem agora a público um outro caso, também ele com contornos de violentas agressões sexuais.

Desta vez foi uma jovem de 19 anos que apresentou queixa por ter sido vitima de uma violação coletiva. A rapariga estaria a ir para a escola a pé, quando um carro a abordou. Lá de dentro saíram três homens encapuzados que a terão obrigado a entrar e aí abusaram sexualmente da jovem.

Este caso sucedeu também na cidade Mar del Plata, Argentina, e à semelhança do caso que chocou o mundo há dez dias, quando uma jovem de apenas 16 anos, Lucia Perez, foi vitima de uma violenta violação que a levou à morte. O caso que vem agora a público e envolve o abuso sexual de uma rapariga de 19 anos aconteceu precisamente na véspera de uma manifestação contra a violência nas mulheres, que levou dezenas de milhares de mulheres às ruas da capital Buenos Aires, e outras grandes cidades argentinas. As manifestantes tinham essencialmente como lemas #Quarta-feiraNegra e #NemMaisUma.

Mar del Plata, palco destas violações e segunda maior cidade da Argentina, também se manifestou, sendo, aliás, quem deu o mote para que em todo o país milhares de pessoas saíssem à rua para protestar contra esta onda de violência contra as mulheres. No entanto esta cidade costeira, não tem sido a única a viver casos como estes. Por isso, alarmado com a insegurança vivida, o governo argentino anunciou que vai reforçar a segurança, ao enviar forças federais contra o crime, como já foi feito em zonas mais problemáticas, nos arredores da capital.

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O caso da jovem de 19 anos ocorreu esta terça-feira, quando a rapariga se deslocava a pé para a escola, até que foi abordada numa esquina do bairro de Palermo, por um carro com três homens obrigando-a a entrar no veiculo. De acordo com o testemunho da jovem, dois deles terão cometido a violação deixando-a depois numa praia, situada frente à doca “Cais da Pesca”, no centro da cidade e a cerca de 20 km do local onde foi sequestrada, segundo o jornal argentino, La Capital. A rapariga fez depois queixa na esquadra ao departamento Comissariado para as Mulheres.

Elvira Hochrberg, Comissária do departamento, disse ao canal de televisão argentina, TN que “este novo caso tem a ver com tudo o que anda a acontecer em Mar del Plata. Temos uma estimativa de casos que é muito alarmante para a nossa cidade, pois estamos a receber cerca de 900 relatórios mensais de violência, sendo que 200 a 300 são penais.”

A Comissária acrescentou ainda que “Mar del Plata é o hoje o epicentro do que as mulheres andam a sofrer e, em muitos casos, como o de Lucia, terminam em homicídio”.

O caso de Lucia Perez poderá chegar aos tribunais, pois os suspeitos foram identificados, mas esta mais recente ocorrência pode não vir a ter o mesmo desfecho, pois os suspeitos ainda não foram identificados. A jovem foi abordada e levada de uma esquina onde não há câmaras de segurança e agora tudo depende das amostras de ADN extraídas e esperar que correspondam a amostras que estão registadas no banco genético de agressores sexuais. Caso não haja nenhuma correspondência, é pouco provável que os agressores venham ser identificados e julgados.