As gigantes americanas AT&T e a Time Warner estão a discutir uma fusão que, a concretizar-se, será o maior negócio do ano, avaliado em 84 mil milhões de dólares (73,4 mil milhões de euros).

Em cima da mesa está, adiantam o Wall Street Journal e a Bloomberg, a compra da Time Warner, uma das maiores empresas de televisão, pela operadora de telecomunicações que estará a oferecer um prémio de 20% face ao valor de mercado registado na sexta-feira. A operação, que conta já com a oposição de Donald Trump — o candidato diz que vai chumbar a fusão se for eleito por razões de concorrência — poderá ficar fechada este fim de semana e ser anunciada na segunda-feira.

A aquisição da Time Warner garante à AT&T o acesso aos conteúdos de entretenimento de alto valor como os canais HBO e Cartoon Network para distribuir pelos seus milhões de clientes de televisão paga, telemóvel e internet. O presidente executivo da operadora com sede em Dallas, Randall Stephenson, quer dar o salto de uma empresa de telecomunicações para um grupo gigante do entretenimento. A Time Warner controla ainda a CNN e a produtora de filmes Warner Brothers. A AT&T é a maior operadora de televisão paga (por cabo) no mercado norte-americano.

Mais do que ambição empresarial, o que estará em causa neste negócio pode ser a sobrevivência de duas empresas tradicionais, uma produtora de conteúdos e uma distribuidora de telecomunicações, perante o desafio das novas tendências tecnológicas que estão a abalar também o mercado do entretenimento. Cada vez mais os utilizadores preferem consumir conteúdos nos telemóveis e em streaming do que na televisão e o crescimento de fornecedores via Internet como a Netflix está a colocar maior pressão nas empresas de media, de notícias ou de ficção. Já não basta ter filmes e séries e exibi-los num canal de cabo.

A junção das duas empresas irá contido suscitar um grande escrutínio por parte do regulador das telecomunicações, a FCC, avisa um analista citado pela agência de Bloomberg. As novas regras da Federal Communication Comission limitam o crescimento vertical das operadoras de telecomunicações através da integração e conteúdos televisivos e noticiosos.

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