O ministro dos Negócios Estrangeiros não gostou que o Governo iraquiano se tenha recusado a levantar a imunidade diplomática aos filhos do embaixador do Iraque em Lisboa. Augusto Santos Silva considera que a reposta enviada esta sexta-feira pelas autoridades de Bagdad “não é plenamente satisfatória” e avisa que o Executivo português “irá ao limite” até “que a justiça seja feita”.

“Para que os factos sejam apurados, as responsabilidades sejam identificadas e os responsáveis sejam levados a julgamento é, de acordo com o Ministério Público, necessário interrogar dois jovens que são suspeitos do crime de homicídio na forma tentada”, explicou Santos Silva aos jornalistas, em Bruxelas. “E portanto nós não descansaremos até que esse objetivo seja prosseguido. Ou, não o sendo, ativaremos os mecanismos que a lei internacional permite em Portugal para responder em conformidade”, acrescentou.

“Eu, até ao limite, passem dois meses, três meses, quatro meses, o que for, até ao limite tentarei” que a imunidade seja levantada, garantiu ainda.

Na sexta-feira, a embaixada iraquiana disse por escrito ao Governo português que tem “vontade de cooperar para o cabal esclarecimento dos factos” e que os filhos do diplomata têm “disponibilidade” para serem ouvidos pelo Ministério Público. Mas, sublinhava-se, é “prematuro” levantar a imunidade aos dois jovens, que já admitiram ter agredido Rúben Cavaco, de 17 anos, em Ponte de Sôr.

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