“Com certeza fará bem em conhecer aquele belo país”, comentou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, na quinta-feira, depois de ter sido recebido pelo Presidente da República, no Palácio de Belém.

Marcelo Rebelo de Sousa viaja para Havana na terça-feira em voos comerciais, com escala em Paris, e tem chegada à capital cubana prevista para as 20h25 (1h25 de quarta-feira na hora de Lisboa), mas o programa só começa no dia seguinte.

O chefe de Estado português foi convidado por Raúl Castro para visitar Cuba e aproveita a deslocação à Cimeira Ibero-Americana que vai decorrer entre sexta-feira e sábado, dias 28 e 29 de outubro, em Cartagena das Índias, na Colômbia, para responder agora a esse convite.

De acordo com o programa divulgado, além da componente institucional, esta visita tem também uma vertente cultural e dá especial atenção às relações económicas, incluindo o encerramento de um Fórum Empresarial Bilateral Portugal-Cuba, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

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Neste momento, Cuba atravessa um processo de gradual abertura económica e recentemente retomou relações diplomáticas com os Estados Unidos, que no entanto mantêm o embargo económico e financeiro iniciado há mais de meio século.

Na quarta-feira, dia 26, Marcelo Rebelo de Sousa tem uma agenda intensa, mas com um espaço a seguir ao almoço, altura em que poderá decorrer o encontro com Fidel Castro, que não consta do programa oficial porque será reservado e depende do estado de saúde do antigo Presidente e primeiro-ministro de Cuba.

Neste dia, a meio da tarde, Marcelo Rebelo de Sousa depõe uma coroa de flores no monumento nacional dedicado ao mártir da independência de Cuba em relação a Espanha José Martí.

Depois, é recebido com honras militares pelo Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros de Cuba, Raúl Castro, com quem se reúne, seguindo-se um jantar oficial, no Palácio da Revolução.

Antes, o Presidente da República começa a manhã com um passeio a pé pelo centro histórico de Havana, acompanhado pelo historiador Eusebio Leal, responsável pela reabilitação desta área da capital cubana.

A seguir, visita uma creche da organização não-governamental católica Padre Usera, onde deverá estar o arcebispo de Havana, Juan García Rodríguez, e inaugura uma biblioteca de língua portuguesa com o nome do escritor português Eça de Queirós, que foi cônsul nas antigas Antilhas Espanholas, entre 1872 e 1874.

Ao almoço, o Presidente da República encerra o fórum empresarial organizado pela AICEP, que antecede a 34.ª Feira Internacional de Havana (FIHAV), que pela primeira vez terá um pavilhão dedicado em exclusivo a Portugal.

Na quinta-feira, o programa do chefe de Estado inicia-se com uma visita ao Centro de Neurociências de Cuba e prossegue com uma intervenção numa conferência sobre “Portugal e a América Latina”, na Universidade de Havana.

Antes de viajar para a Colômbia, Marcelo Rebelo de Sousa está presente numa receção a emigrantes portugueses e de outros países lusófonos e visita uma exposição de filigrana portuguesa.

Depois da Cimeira Ibero-Americana de Cartagena, O Presidente da República participará com o primeiro-ministro, António Costa, na Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília, entre 31 de outubro e 01 de novembro.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio esteve em Cuba em 1999, juntamente com o então primeiro-ministro António Guterres, mas não em visita de Estado, por ocasião de uma Cimeira Ibero-Americana.