Fundada em 1963 pelo neozelandês e piloto de Fórmula 1 Bruce McLaren, a McLaren é, hoje, a segunda mais antiga equipa de F1 em actividade (logo atrás da Ferrari), e também uma das mais bem-sucedidas da disciplina máxima do automobilismo de velocidade.

Foi no início da década de 1980, quando esta lutava com graves dificuldades financeiras, que Ron Dennis adquiriu a escuderia britânica e inaugurou uma das mais brilhantes páginas da modalidade, vencendo nada menos do que sete títulos mundiais de construtores, e 10 de pilotos, tendo contado nas suas fileiras com nomes como os de Niki Lauda, Alain Prost, Ayrton Senna, Mika Hakkinen ou Lewis Hamilton – todos Campeões do Mundo de F1 ao volante de monolugares da equipa de Woking.

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Figura frequentemente polémica, e raras vezes consensual (mesmo no seio da estrutura por si liderada), Ron Dennis foi, também, um dos principais impulsionadores da proveitosa diversificação da actividade da empresa, quer no domínio dos automóveis de estrada (hoje a cargo da McLaren Automotive), quer no da alta tecnologia (assegurada pela McLaren Applied Technologies). Presentemente com 69 anos, o britânico ocupa, desde 2014, o lugar de CEO do McLaren Technology Group, ao mesmo tempo que é detentor de 25% do capital do grupo, o mesmo acontecendo Mansour Ojjeh, o seu histórico parceiro de negócios – estando os restantes 50% na posse do fundo soberano Mumtalakat, do Bahrein.

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Apesar deste currículo, o jornal britânico Autosport avança com a notícia de que Ron Dennis não verá renovado o seu actual contrato enquanto CEO do McLaren Technology Group, o qual termina no final deste ano. Uma decisão que, a confirmar-se, não afectará a McLaren Automotive, já que a holding é composta apenas pela McLaren Racing (proprietária da equipa de F1), pela McLaren Marketing e pela McLaren Applied Rechbologies.

Este poderá ser o culminar da estratégia alegadamente montada por Dennis para tomar o controlo absoluto da empresa, depois de, durante os dois últimos anos, ter tentado reunir, sem êxito, os necessários apoios financeiros para adquirir as participações detidas pelos restantes proprietários da companhia.

Contactado pelo Autosport inglês, um porta-voz da McLaren declarou que Ron Dennis afirma, categoricamente, que não se retirará, e que continua a ser a pessoa contratada para assumir os lugares de presidente e CEO do grupo. Confirmando que, ao longo dos anos, os accionistas da McLaren por várias vezes discutiram eventuais realinhamentos das suas participações na empresa, a mesma fonte adiantou, também, que as recentes conversações encetadas nesse sentido podem ser consideradas como “mais do mesmo”. Falta saber se, enquanto accionista minoritário, Dennis ainda terá o peso suficiente na estrutura para garantir a renovação do vínculo que lhe permita continuar a desempenhar as suas actuais funções para além de 2016.