O comité federal do Partido Socialista espanhol (PSOE) decidiu este domingo que vai abster-se no debate de investidura de um novo governo de Mariano Rajoy. Com esta decisão o partido evita a realização de novas eleições.

O comité federal é o órgão máximo do partido entre congressos. Na reunião deste domingo, realizada três semanas depois de Pedro Sánchez se ter demitido da liderança, foram apresentadas duas resoluções à mesa: uma a propor a abstenção na investidura de Rajoy, outra que propunha manter o “não” a um novo governo do Partido Popular.

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A proposta agora aprovada prevê que, na primeira votação do próximo debate de investidura, os deputados socialistas votem contra a formação de um governo por Rajoy. Depois, com o objetivo de “desbloquear a excecional situação institucional que vive o país, o grupo parlamentar do Partido Socialista abster-se-á”.

A decisão não é pacífica nem entre os membros do comité federal, nem entre deputados nem sequer entre os militantes do partido. À porta da sede do PSOE, onde decorria a reunião, concentraram-se manifestantes em defesa do “não” e em apoio ao ex-líder do PSOE, Pedro Sánchez.

Os deputados que preferiam votar contra um executivo do Partido Popular temem que a abstenção do PSOE venha a provocar um crescimento do Podemos, cujo líder, Pablo Iglesias, se apressou a dizer no Twitter que fará oposição àquilo que diz ser um bloco central.

O ex-secretário-geral dos socialistas, Pedro Sánchez, já reagiu à decisão do comité federal do partido, numa primeira “aparição” pública desde que se demitiu do cargo a 1 de outubro. Fê-lo através de um comentário na sua página de Twitter, mas de forma enigmática. A mensagem é de “força” e de valorização da democracia e da militância: “Chegará o momento em que a militância recupera e reconstrua o seu PSOE. Um PSOE autónomo, afastado do PP, no qual seja a base a decidir. Força”.