Com o ‘passaporte’ para um dos maiores eventos mundiais de empreendedorismo, inovação e tecnologia, que decorrerá em novembro, em Lisboa, o projeto Graf.ly resultou da constatação de que as ferramentas atuais “não resolvem inteiramente o problema de uma redação”, relata Ivo Gomes, da Bright Pixel.

A empresa decidiu avançar para uma plataforma que ajude “as redações a produzir mais eficientemente e saber como está a ser o desempenho” de conteúdos, decorrendo os testes na redação do jornal Público.

Além das tradicionais funções de um processador de texto, nesta plataforma foi incluída uma linha temporal que mostra quais as alterações feitas no artigo e por quem. Depois da publicação do texto, o autor terá acesso ao número de visitas, partilhas e à percentagem de leitores que chegaram ao fim.

“Como é que nós sabemos isso? Sabemos quantas palavras tem um artigo. Conseguimos saber, em média, qual o tempo que uma pessoa normal demoraria a ler o artigo. Sabemos o tempo médio que as pessoas passaram no artigo”, explica o responsável pela usabilidade da plataforma, resumindo que “tudo junto e calculado” mostra até onde a maioria das pessoas leu o artigo.

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Os jornalistas podem, assim, ajustar a escrita “à medida que os seus conteúdos vão tendo mais ou menos legibilidade” e “saberem que este tipo de escrita puxa mais pelas pessoas lerem até ao fim, enquanto outro, se calhar, as pessoas leem o que está no topo e depois acabam por perder interesse no artigo”.

Esta plataforma também poderá ‘escolher’ os títulos, depois de medir as interações, por exemplo, de três títulos a diferentes leitores. Ao perceber-se que o “título x gera mais tráfego e retém mais pessoas, o sistema automaticamente vai escolher aquele título como o melhor para o artigo”, acrescenta.

Outra funcionalidade é converter do ‘online’ para o papel, aplicações móveis ou sites, o que implica, por exemplo, encurtar o tamanho dos textos.

De fora ficaram as ideias de introduzir sugestões de correção de texto e gramaticais, “mas no caso dos jornalistas é complicado, porque têm uma escrita própria e a forma de escrever é a sua assinatura”. “E veem com muitos maus olhos uma máquina a dizer-lhes como devem escrever”, argumentou.