A dívida pública colocada semanalmente pelo Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou quase 17%, para 37,7 mil milhões de kwanzas (cerca de 209 milhões de euros), pagando taxas de juro a um ano de praticamente 20%.

Segundo dados compilados esta segunda-feira pela Lusa com base no relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, o banco central angolano colocou no mercado primário, entre 17 e 21 de outubro, 28,6 mil milhões de kwanzas (158,4 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 7,5 mil milhões de kwanzas (41,5 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT).

As taxas de juro médias pela emissão de BT oscilaram entre os 14,08% na maturidade a 91 dias e os 19,96% no prazo a 364 dias (19,64 na semana anterior), enquanto as OT fecharam, uma vez mais, com taxas de juro de até 7,75%, a cinco anos.

No segmento de venda direta de títulos ao público foram ainda colocados pelo BNA mais 1,6 mil milhões de kwanzas (8,6 milhões de euros).

Angola vive desde meados de 2014 uma crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra das receitas da exportação de petróleo, recorrendo à emissão de dívida para garantir o funcionamento do Estado e a concretização de vários projetos públicos.

Na revisão do Orçamento Geral do Estado aprovada em 19 de setembro no parlamento, o Governo avança com uma revisão em baixa de indicadores macroeconómicos, nomeadamente a redução da previsão do crescimento da economia, de 3,3 para 1,1% e do défice das contas públicas, que passa de 5,5% para 6,8% em 2016.

O endividamento do Estado angolano tem sido utilizado para colmatar a forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo e só em 2015 o serviço da dívida pública angolana ascendeu a 18 mil milhões de dólares (16 mil milhões de euros).

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