O escritor e historiador Paulo Varela Gomes foi distinguido, a título póstumo, com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), pela obra “Era uma vez em Goa”.

O júri decidiu atribuir o prémio por unanimidade, ao final da quarta reunião.

Paulo Varela Gomes morreu em abril passado, aos 63 anos, mas a organização aceitou a admissão do romance a concurso, por ter sido editado ainda em vida do autor.

Eram finalistas a este prémio, no valor de 15 mil euros, as obras “Flores”, de Afonso Cruz, “As Claras Madrugadas”, de Amadeu Lopes Sabino, “Os Timorenses (1973-1980), de Joana Ruas, e “O Sonho Português”, de Paulo Castilho.

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O júri da 34.ª edição do Grande Prémio de Romance e Novela foi constituído por José Correia Tavares, Dionísio Vila Maior, Fernando Pinto do Amaral, Isabel Cristina Rodrigues, José Manuel de Vasconcelos e Paula Mendes Coelho.

Nascido em 1952, Paulo Varela Gomes licenciou-se em História, fez o mestrado em História da Arte e doutorou-se em História da Arquitetura, tendo sido professor da Universidade de Coimbra, onde deu a última aula em dezembro de 2012, sob o título de “Do sublime em arquitetura”.

Morreu a 30 de abril passado, aos 63 anos, quatro anos depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro.

O processo de descoberta e consequente vivência com o cancro foi relatado pelo autor no texto “Morrer é mais difícil do que parece”, incluído em 2015 na revista Granta, e amplamente divulgado na Internet.

Entre o diagnóstico e o momento da escrita do texto na Granta, Varela Gomes publicou três romances (entre os quais “Hotel”, com o qual venceu o prémio PEN Narrativa em 2015), uma coletânea de colunas para jornais e terminou mais um romance e um livro de contos.

Paulo Varela Gomes foi ainda representante da Fundação Oriente em Goa, de 1996 a 1998 e, mais tarde, entre 2007 e 2009.

“Era uma vez em Goa”, publicado em fevereiro de 2015 pela Tinta-da-China, é “um divertimento: uma ficção construída a partir de fragmentos de muitas coisas que o Paulo Varela Gomes sabe sobre a Índia, e de algumas outras que preferiu não saber, para poder imaginar”, lê-se no prefácio de Ivan Nunes a este romance.