Um estudo global promovido por uma universidade australiana concluiu que as mulheres bebem tanto álcool como os homens, aumentando assim os riscos para a saúde. Esta investigação analisou os hábitos de consumo de quatro milhões de pessoas durante quase um século.

O estudo, publicado na revista científica BMJ Open, defende ainda que os esforços da saúde pública deveriam focar-se mais nas mulheres. Desde 1891 até 2014, o consumo deste tipo de bebidas tem vindo a aumentar no sexo feminino. No entanto, esta situação nem sempre foi assim. O estudo verificou que os homens que nasceram entre 1891 e 1910 bebiam mais que as mulheres e que por isso estavam três vezes mais suscetíveis a desenvolver doenças.

O estudo foi realizado por investigadores do Centro de Investigação Nacional de Álcool e Drogas da Universidade de New South Wales, Australia.

Segundo o The Guardian, o consumo de bebidas alcoólicas pelo sexo feminino tem aumentado por uma série de razões. A cultura de beber depois do trabalho é um dos motivos apontados, uma vez que as mulheres estão a ocupar, cada vez mais cargos importantes no mundo laboral. O estudo demonstra que em 2011 as mulheres que trabalhavam em cargos de administração e tinham carreiras profissionais bebiam mais do que uma vez durante a semana e tinham um consumo superior à média verificada no sexo feminino.

Segundo Emily Robinson, diretora de campanhas da Alcohol Concern, “desde 1950 que temos visto as mulheres a beber cada vez mais”. “Beber em casa tem aumentado uma vez que o álcool é tão barato e facilmente adquirido nos supermercados. Também vimos um esforço da indústria do álcool para comercializar produtos e marcas especificamente para mulheres” – acrescentou Emily Robinson.

O organismo das mulheres não tolera o álcool tão facilmente como o dos homens. Tem menos água, o que faz com que o álcool permaneça mais concentrado no organismo. Para além disso, o fígado das mulheres é menor do que os homens, o que torna mais difícil processar o álcool.

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