A última prova envolvia um pitch forte, claro e decisivo. Em poucos minutos, as oito semi-finalistas que se debateram no passado dia 18 de outubro, no Startup Challenge, tiveram de explicar o que faziam, que problema estava a ser resolvido, a respetiva solução ou a inovação perante o mercado. A Prodsmart destacou-se e sagrou-se vencedora desta iniciativa da Microsoft Portugal, em parceria com a Embaixada dos EUA.

Qual é, afinal, a componente inovadora desta startup que trabalha na área de produção da indústria transformadora e de manufatura? “Damos às empresas a capacidade de perceber em tempo real o estado do seu processo produtivo, saber exatamente o que está a ser feito, se há uma máquina parada ou se existe desperdício”, afirma Gonçalo Fortes. Desta forma, a Prodsmart ajuda as empresas a trabalharem de forma mais eficiente e a perceberem onde há dificuldades no processo. “Transformamos qualquer linha de produção numa digital smart factory”, sublinha.

Até agora, este tipo de serviço era vendido como consultoria, em processos com a duração de um ou mais anos, apenas acessível a grandes empresas e com capacidade de investir milhares ou até milhões de euros. “Nós damos às PME uma solução chave-na-mão, distribuída pela Internet, pronta a usar e com preço acessível”, sublinha o CEO da Prodsmart.

O Startup Challenge integra-se no programa Journey to the Web Summit, promovido pela Microsoft Portugal, para fornecer às startups ferramentas que as preparem para o Web Summit, que Lisboa acolhe entre 7 e 10 de novembro.

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Concorreram 140 startups portuguesas e chegaram à shortlist oito finalistas – Line Health, Eat Tasty, Xhockwave, Define Crowd, Peta Pilot, Top Dox, Pro Drone e Prodsmart – escolhidas com base na sua visão de negócio, pertinência do problema que resolvem e qualidade da equipa.

A Prodsmart tem agora a possibilidade de participar no Web Summit, partilhando o stand com a Microsoft, e vai poder integrar, durante um ano, o acelerador Canopy City, em Boston, além de beneficiar de vários apoios na sua expansão para os EUA.

Ter vencido o Startup Challenge foi muito importante para nós. Permite-nos reforçar a nossa ligação com a Microsoft, de que já éramos parceiros; a exposição que vamos ter no Web Summit é fundamental porque há um fator de credibilidade que nos agrada e, sem dúvida, os EUA são um mercado prioritário para nós, desde o início”, justifica Gonçalo Fortes.

A startup espera começar a operar nos EUA já no início do próximo ano. Por enquanto, está a reforçar a presença no Reino Unido – a Prodsmart já está em Portugal, na Alemanha e na Roménia – e a preparar a próxima ronda de investimento, a decorrer no início de 2017, o que lhe permitirá reforçar a equipa, atualmente com oito elementos, aperfeiçoar o produto e acrescentar valor.

Fundada em 2012, a Prodsmart cedo percebeu que não existia uma “receita universal para uma startup”. “Não basta ter uma ideia num guardanapo e ir à procura de investimento”, sublinha Gonçalo Fortes, que acredita que foi o tempo que a equipa passou com os clientes a perceber as suas necessidades e a transformar a ideia num negócio digital escalável que lhe permitiu solucionar um problema verdadeiro e entregar valor.

Os primeiros clientes, a ida para a Alemanha, a convite da Universidade Técnica de Munique, para participar num think tank virado para a indústria 4.0, e os 200 mil euros de investimento da Caixa Capital são alguns dos momentos altos desta startup, aos quais se soma agora a real oportunidade de entrar no mercado dos EUA.