A Ajuda Pública ao Desenvolvimento de Portugal diminuiu pelo 4.º ano consecutivo, registando uma quebra de 16,1% em 2015 face a 2014, segundo o 11.º Relatório da Confederação Europeia de Organizações Não-Governamentais de Ajuda Humanitária e Desenvolvimento (Concord).

Segundo o relatório divulgado esta quarta-feira, a Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) tinha caído 14% em 2014, 20,4% em 2013, enquanto em 2012 a queda foi de 11,3% e desde 2011 já recuou mais de 65%.

A Concord recomenda que o Governo de Lisboa “defina compromissos realistas e atingíveis para os níveis de APD”, salientando que o objetivo é chegar aos 0,35% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) em 2020.

O relatório realça ainda que os projetos de cooperação delegada (projetos executados por Portugal, mas financiados com dinheiro comunitário) têm cada vez mais peso na ajuda bilateral em países parceiros.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Mais do que uma opção estratégica, tornou-se um instrumento para minimizar os constrangimentos orçamentais e pode limitar a cooperação portuguesa para o desenvolvimento a um papel de um prestador de serviços a outros países”.

No que respeita à União Europeia, a Concord realça ter falhado o compromisso para 2015 de gastar 0,7% do RNB na Ajuda ao Desenvolvimento em 2015, realçando que apenas seis Estados-membros cumpriram as metas com que se tinham comprometido: Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, Suécia e Reino Unido.

A Concord congrega entidades que representam 1.800 organizações não-governamentais.