O diretor da Polícia do Senado do Brasil, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, detido na sexta-feira por acusação de obstruir a Operação Lava Jato, foi libertado ao final do dia de terça-feira, disse à agência Lusa fonte da Polícia Federal.

A mesma fonte não soube precisar porque é que o pedido de prisão temporária de cinco dias, que terminou na terça-feira, não foi prorrogado por igual período.

Os outros três agentes detidos já tinham sido libertados.

Segundo uma nota policial divulgada na sexta-feira, “foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações de investigação da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência”.

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De acordo com as autoridades, esse diretor teria ordenado aos seus subordinados que intimidassem os agentes da Polícia Federal que cumpriam um mandado de busca no apartamento de um senador.

Em causa estão crimes de associação criminosa armada, corrupção privilegiada e obstrução à investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

Ao determinar a prisão, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília, afirmou que os factos apontados “são gravíssimos”, determinou a suspensão do exercício da função pública dos polícias em causa e informou que as prisões eram necessárias para paralisar condutas criminosas.

Segundo a imprensa brasileira, em depoimento prestado na segunda-feira, o diretor da Polícia do Senado (câmara alta do Congresso) disse que Eduardo Cunha, antigo presidente da Câmara dos Deputados (câmara baixa do Congresso), entretanto preso, pediu que fossem procuradas escutas na residência oficial da presidência daquela câmara.

A Operação Lava Jato investiga o maior esquema de corrupção da história do Brasil e envolve dezenas de políticos, incluindo Eduardo Cunha, Renan Calheiros, presidente do Senado, e o ex-Presidente da República Lula da Silva.