O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, é recebido, esta quarta-feira, pelo presidente da Assembleia da República (AR), Ferro Rodrigues, na sala de visitas da Presidência, no Palácio de São Bento, pelas 11h00, numa altura em que são muitas as notícias relativas ao valor do salário do gestor.

O novo presidente do Conselho de Administração da CGD, António Domingues, vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano.

A estas verbas soma-se a componente variável, que pode ir “até metade da remuneração fixa”, sendo o valor fixado apenas após a avaliação do desempenho da equipa de gestão, de acordo com as informações transmitidas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na semana passada.

Considerando, por exemplo, o caso específico do presidente da CGD, a sua remuneração total pode ir até aos 634 mil euros por ano, o equivalente a 45 mil euros por mês (pagos em 14 vezes): 423 mil euros na componente fixa e até 211 mil euros na componente variável.

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Segundo noticiou na segunda-feira o jornal Público, António Domingues vai ainda poder, a partir de janeiro, juntar ao salário enquanto líder da CGD a pensão a que tem direito pelos descontos efetuados ao longo da carreira contributiva no BPI.

Certo é que o assunto tem estado em destaque nos últimos tempos, agitando a cena política, com vários partidos a tomarem posições sobre a matéria.

A 19 de outubro, o PSD e o PS chumbaram uma proposta do PCP para limitar as remunerações dos gestores públicos e privados, limitando-as a 90% dos salários do Presidente da República.

A proposta, na especialidade, foi votada na comissão de Orçamento e Finanças, recebendo os votos favoráveis do BE e do CDS-PP além do proponente, o PCP.

Mário Centeno explicou recentemente no parlamento que “a política remuneratória dos administradores da Caixa corresponde à mediana no setor em Portugal”, uma métrica que, segundo disse, não influencia o mercado “nem no sentido de o inflacionar nem no de [estes salários] estarem fora do mercado”.

Mário Centeno garantiu ainda que “a aplicação da regra anterior na determinação da remuneração destes mesmos membros [significa que] o custo total de remunerações seria superior”, comparando com o que é agora seguido.

A comissão executiva da CGD, cujos membros tomaram posse no dia 31 de agosto para o mandato de 2016 a 2019, é liderada por António Domingues, que ficou responsável, entre outras áreas, pela direção de auditoria interna.

O Conselho de Administração da Caixa conta ainda com um vice-presidente não executivo (Emídio Rui Vilar), com seis administradores executivos (Emídio Pinheiro, Henrique Menezes, João Paulo Martins, Paulo da Silva, Pedro Leitão e Tiago Marques) e com três administradores não executivos (Angel Corcóstegui Guraya, Herbert Walter e Pedro Norton de Matos).