É uma história de superação que faz esta semana 50 anos. Ou melhor, o protagonista da história é que fez esta semana 50 anos. Mas Alex Zanardi é a própria história: o automobilista italiano que, em 2001, teve um dramático acidente que lhe custou as duas pernas, voltou às corridas de automóvel apenas dois anos depois, com um carro adaptado. Medalhado de ouro nos Jogos Paralímpicos, Zanardi foi este mês terceiro no Campeonato Italiano de GT, mostrando que continua na corrida.

“Não há palavras para descrever o que estou a sentir. Que ano e que dia magnífico. Primeiro foram os momentos fantásticos que vivi no Rio de Janeiro, agora foi a sensação de ter corrido neste carro…”, disse no final da corrida que se realizou no último dia 16, elogiando o BMW que foi adaptado para si. Este verão, nos Jogo Paralímpicos do Rio de Janeiro, onde compete na modalidade bicicleta de mãos (ciclismo paralímpico), conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata, igualando o palmarés de Londres.

Mas além da competição paralímpica, Zanardi não esquece a competição enquanto piloto de Fórmula 1 e de CART (Champ Car), onde chegou a ser bicampeão em 1997 e 1998. Somou um total de 15 vitórias e 28 pódios em 66 grandes prémios disputados.

Em 2001, um acidente brutal no circuito EuroSpeedway Lausitz, na Alemanha, quase o matou. Zanardi disputava a vitória quando, depois de uma pit stop, foi atingido em cheio pelo carro do canadense Alex Tagliani, ficando completamente atravessado na pista.

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Foi submetido a várias cirurgias, esteve em perigo de vida, e foi obrigado a amputar as duas pernas acima do joelho. Nada que o tenha travado. Menos de dois anos depois do acidente, o italiano já estava de volta ao volante, desta vez num carro com aceleração e travão manuais. E o regresso à corrida, em 2004, não foi numa pista qualquer — foi mesmo na pista onde Alex Zanardi tinha sofrido o acidente. Nessa corrida feita em sua homenagem homenagem, o Zanardi pôde completar as 13 voltas que faltavam para acabar a corrida no dia trágico do acidente, dois anos antes.

Zanardi, de resto, foi sempre sinónimo de superação. Quando todos pensavam que tinha sido o fim, três meses depois de o acidente, em 2001, surpreendeu todos ao comparecer a uma gala de prémios da revista Autosprint. Depois de uma longa ovação por parte do público, Zanardi ergueu-se de pé perante o olhar atónito dos presentes. “Dou graças a todos os que me têm apoiado. Não posso andar, mas este é um primeiro passo”, disse, emocionado.

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