O Exército instaurou mais um processo disciplinar “a um militar interveniente na instrução do 127º Curso de Comandos”. Pela primeira vez, o Exército refere oficialmente a quem foram instaurados os processos: neste momento, “há dois oficiais e um sargento sob investigação“, refere o comunicado divulgado esta sexta-feira.

A par do processo deste averiguações do Exército (instaurado pelo Chefe do Estado-maior do Exército), decorre neste momento uma segundo investigação, a cargo do Ministério Público (MP), com o apoio da Polícia Judiciária Militar, em que também se pretende apurar o que levou à morte de dois recrutas. Nesse processo do MP, foram constituídos arguidos dois militares enfermeiros que estavam na tenda de campanha em que os recrutas foram assistidos, a 4 de setembro, segundo dia do curso de Comandos.

Nesse mesmo dia, Hugo Abreu, instruendo, de 20 anos, morreu na tenda de campanha. A 10 de setembro, outro recruta, Dylan Araújo da Silva, da mesma idade, também acabou por perder a vida, depois de lhe ter sido diagnosticada uma falência hepática.

Questionado sobre se há alguma coincidência entre os militares enfermeiros constituídos arguidos pelo Ministério Processo na semana passada — um sargento e uma furriel –, o porta-voz do Exército mantém a posição a que tem recorrido durante todo o processo: enquanto não forem deduzidas acusações no processo interno, não serão reveladas as identidades dos militares sobre os quais recaem os processos disciplinares.

À semelhante do que aconteceu há uma semana, o terceiro processo foi também instaurado pelo Comandante das Forças Terrestres. Os dois primeiros militares foram alvo de um processo por haver “indícios da prática de infração disciplinar”.

Há, ainda, uma terceira investigação em curso. Foi instaurada pela Inspeção-geral do Exército para avaliar as condições de admissão de recrutas ao curso de Comandos e a adequação entre a formação dada aos militares e as missões que esta unidade é chamada a executar. Deverá estar concluída até ao final do ano.

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