O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, diz em declarações à TSF que as empresas já estão a sentir os efeitos da retenção de despesas — as chamadas cativações — de cerca de 445 milhões de euros, previstas no Orçamento do Estado para 2016.

Apesar de reconhecer que os efeitos das cativações nos pagamentos às empresas já se sentiram em anos anteriores, João Vieira Lopes assegura que o problema está mais grave. A CCP tem recebido um número crescente de queixas das empresas relativas a essas faltas de pagamentos do Estado. “Houve anos em que as coisas estiveram melhores, mas em 2016 há um agravamento”.

Até a própria Confederação já foi afetada, numa parceria com o IEFP para um centro de formação. “Nota-se nas transferências das verbas da parte que é financiada pelo Estado”, explica, acrescentando ainda que “há verbas que deviam ser gastas e não podem ser gastas para já”. “E algumas não sabemos se podem ser gastas até ao fim do ano”, sublinha.

Apesar de a explicação formal apresentada pelo Estado não serem as cativações, “há casos concretos em que é visível que se deve a isso”, assegura João Vieira Lopes. “Já de si o Estado não é grande pagador, é capaz de permanentemente estar a dever 2 mil milhões de euros à economia, e neste momento tem aumentado as situações de atraso mais pronunciado”, diz à TSF.

Também o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, reconhece os atrasos nos pagamentos do Estado às empresas, mas garante que tal não se nota, ainda no quotidiano das empresas.

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