A UGT está disponível para aceitar um valor de salário mínimo para 2017 inferior ao sugerido pelo Governo se em concertação social os parceiros aceitarem fazer um acordo a médio prazo que desbloqueie a contratação coletiva.

A União Geral de Trabalhadores (UGT) propõe 565 euros como valor para o salário mínimo em 2017 enquanto o Governo sugere 557 euros.

“Não estaríamos disponíveis para um acordo só para 2017. Porque é só para 2017, o Governo então o que é que faz? Aplica. Aquilo que neste momento até tem consensualizado, presumo que o Bloco de Esquerda que são os 557 e, portanto, se é uma decisão do Governo que a aplique. Portanto, não precisa de consensos nem de concertação social”, disse o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

Nós precisamos de negociar “a contratação coletiva, de desbloquear as portarias de extensão, gostaríamos de controlar e garantir que a caducidade não é invocada a todo o termo e a todo o tempo pelas entidades empresariais para quando lhes dá na gana porem em causa as convenções e os direitos dos trabalhadores que estão plasmados nas convenções coletivas”, afirmou Carlos Silva.

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Questionado se a central sindical está disponível para negociar um valor de salário mínimo para 2017 abaixo dos 557 euros em nome de um acordo de concertação social, o sindicalista fez depender essa aceitação “das matérias que estivessem vertidas para esse acordo”.

“Depende das matérias que estivessem vertidas para esse acordo quer da nossa parte, quer da outra parte”, observou.

Carlos Silva frisou que a UGT suscitou um acordo de médio prazo, cujo objetivo é de que o salário mínimo nacional atinja os 600 euros no final da legislatura do atual Governo [2019].

“Se estamos a colocar os 600 euros quando os outros queriam e querem 600 euros a 1 de janeiro de 2017 estamos a facilitar, em muito, a vida ao governo e também aos empresários”, observou.

Mas “acima de tudo, a dar aos parceiros sociais, que são quem cria emprego e quem necessita dele, quem trabalha, a possibilidade de com este objetivo fixado, se os patrões aceitarem, se temos 600 euros fixados para 2019, então vamos lá por isto no acordo, e agora vamo-nos comprometer em dizer ao Governo que quem decide os aumentos intercalares durante três anos somos nós”, sublinhou.

Questionado sobre se essa proposta seria uma possibilidade de se ter um valor de salário mínimo, em 2017, abaixo daquilo que está definido no programa do Governo, Carlos Silva admitiu que porventura será, remetendo a resposta para o Governo.

“Porventura, mas isso tem de ser o Governo a responder, é uma sugestão”, concluiu.