A diretora do Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, Maria João Vasconcelos, afirmou que a exposição de obras de Amadeo de Souza Cardoso esta segunda-feira inaugurada é o reconhecimento da estrutura do único museu nacional no Norte.

Em declarações à Lusa depois da cerimónia de inauguração da exposição que recria o que foi a única mostra individual de Amadeo de Souza Cardoso em vida, em 1916 no Porto, Maria João Vasconcelos sublinhou que se trata do “reconhecimento de uma estrutura que consegue ultrapassar as suas limitações reais quando se empenha num projeto”.

O tema em si é muito entusiasmante, mas implicou que a pequena estrutura que nós temos se empenhasse de uma maneira que não é vulgar, mas que tem capacidade para o fazer. Penso que é uma demonstração de que não se trata de um pequeno museu de província, mas do único museu nacional no Norte, que tem uma programação e uma ideia do que quer fazer e pode fazer”, declarou a diretora do museu, que acrescentou que a instituição pode catalisar “esforços e capacidades dispersas pelo Norte”.

Na mesma cerimónia, a diretora-geral do Património Cultural, Paula Araújo da Silva, assegurou que a candidatura a fundos comunitários para a modernização do museu já foi reapresentada, no âmbito do Norte 2020, depois de ter sido rejeitada uma primeira vez “por não cumprir todos os requisitos necessários”, como referiu, em agosto, a Direção Geral do Património Cultural.

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Paula Araújo da Silva anunciou também que ainda este ano o Museu Nacional de Soares dos Reis vai passar a integrar o bilhete conjunto da Torre dos Clérigos, do Museu da Misericórdia do Porto e do Palácio da Bolsa.

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, por seu lado, frisou que a candidatura aos fundos comunitários é “muito importante para uma revitalização deste museu que é um museu que tem um acervo extraordinário, que tem uma obra arquitetónica de reestruturação do arquiteto Távora” e que há agora que “lançar, relançar, dar uma nova dinâmica”.

Esperamos que a aprovação desse projeto no âmbito do Portugal 2020 permita dar essa força a este importante museu nacional”, afirmou o ministro.

Em abril, a DGPC disse que “o objetivo primeiro desta candidatura foi poder corresponder à necessidade de concretizar os projetos decorrentes dos últimos 10 anos de trabalho do museu”, sublinhando que as ações em causa se prendem com três vertentes: reconversão e modernização infraestrutural, internacionalização e dinamização de conteúdos, e capacitação.

Por seu lado, o Círculo Dr. José de Figueiredo — Amigos do Museu Nacional de Soares dos Reis explicou, num texto enviado à Lusa, que a candidatura conjunta, num montante de 2,5 milhões de euros, “visa a modernização e dinamização da programação e das infraestruturas de forma a permitir uma melhor fruição pública”.