O vocalista dos U2, Bono, é o primeiro homem a entrar na lista das “Mulheres do Ano”, prémio atribuído anualmente pela revista feminina Glamour. A publicação justificou a atribuição inédita da distinção a um homem com o trabalho humanitário desenvolvido pelo vocalista da banda irlandesa em defesa da igualdade de género.

“Tenho a certeza de que não o mereço”, confessou o cantor ao saber da notícia. “Mas estou grato por este prémio, que é uma oportunidade para dizer que a luta pela igualdade de género não pode ser vencida sem que os homens estejam nela juntamente com as mulheres”, sublinhou, acrescentando: “Somos em larga medida responsáveis pelo problema, por isso temos de estar envolvidos nas soluções”.

De acordo com a editora executiva da Glamour, Cindi Leive, citada pela BBC, a ideia de incluir um homem na lista anual já tinha alguns anos. “Há tantos homens que fazem coisas maravilhosas pelas mulheres hoje em dia. Alguns homens entendem, e o Bono é um deles”, explica Leive.

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“A ideia de que um homem que podia escolher lutar por qualquer causa no mundo, ou nem sequer apoiar uma causa, escolha lutar consistentemente, dia após dia, mês após mês, em prol das mulheres, é fantástica e merece aplausos”, acrescentou a responsável editorial da revista.

O cantor foi escolhido para integrar a lista por causa do seu projeto Poverty is Sexist (A Pobreza é Sexista), uma campanha que apoia as mulheres dos países mais pobres do mundo, denunciando as associações entre o género e a pobreza.

Da lista deste ano fazem parte nomes como a cantora Gwen Stefani, a ginasta Simon Biles, as fundadoras do movimento Black Lives Matter e ainda a Nadia Murad, uma das vencedoras do Prémio Sakharov de 2016.