Dizem as estatísticas que, durante 2015, aumentou 36% o número de espaços de trabalho partilhados a nível mundial. Significa isto que, sendo cada vez mais as pequenas empresas e os profissionais liberais que aspiram a um local de trabalho que lhes garanta maior mobilidade e custos mais contidos, o conceito tradicional de escritório tende a tornar-se mais lato, e a ser passível de novas e mais imaginativas e funcionais interpretações.

Foram, justamente, estes os pressupostos que levaram à criação da e-NV200 WORKSPACe, o primeiro escritório móvel totalmente eléctrico do mundo, da autoria da Nissan e da Sudio Hardie. Neste autêntico ambiente de trabalho sobre rodas, a área com 4,2 m3 de capacidade do comercial eléctrico japonês, normalmente destinada ao transporte de carga, conta aqui com uma secretária integrada desdobrável, um mini frigorífico, uma máquina de café, um computador com ecrã táctil, rato e teclado sem fios, ligação wi-fi à Internet, iluminação por LED controlada por smartphone, carregamento sem fios para dispositivos móveis e sistema de som por Bluetooth. E ainda com um suporte para uma bicicleta desdobrável, no interior de uma das portas traseiras, que pode ser utilizada para cumprir pequenas distâncias.

O ambiente interior oferece uma grande luminosidade, graças ao tejadilho panorâmico, ao passo que a iluminação por LED não só pode variar de intensidade, como adoptar qualquer paleta de cores, através de uma app especifica. O piso é em madeira de carvalho e conta quer com uma plataforma extensível (que permite trabalhar no exterior), quer com suportes específicos para a ancoragem das duas cadeiras cromadas revestidas a pele. Estas podem ser colocadas lado a lado (por exemplo, para a realização de uma reunião), ou uma delas pode ser instalada ao centro, para que quem a ocupe fique sentado à secretária montada numa das laterais do veículo. Entre elas encontra-se uma consola em madeira que contém o sistema de carregamento de indução para smartphones, o altifalante por Bluetooth do sistema áudio e o míni frigorífico.

Este é um exercício único, um verdadeiro protótipo, mas que de algum modo antevê o que poderão ser os postos de trabalho do futuro. Não menos importante, este conceito poderá permitir a um certo tipo de profissionais desempenharem, quando necessário e com custos reduzidos, as suas tarefas nos cada vez mais congestionados centros das grandes cidades, onde o preço do metro quadrado é tudo menos acessível.

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