A EDP antecipou em três meses a meta de redução da dívida prevista para 2016, com um corte de 8% para os 15.963 milhões de euros face ao final de 2015, afirmou esta sexta-feira o presidente executivo, António Mexia.

Em conferência com os analistas para a apresentação dos resultados da EDP no terceiro trimestre, António Mexia explicou que a redução da dívida resulta, sobretudo, da diminuição de ativos regulados em 1.400 milhões de euros, fruto da venda de défice tarifário, que atingiu os 2.000 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

A dívida líquida da EDP no final de setembro era de 15.963 milhões de euros, menos 1.417 milhões de euros (8%) do que em 31 de dezembro de 2015.

“Vendemos 2.000 milhões de euros em défice tarifário, aproveitando as condições favoráveis do mercado, e conseguimos reduzir a dívida para menos de 16.000 milhões de euros, em linha com as metas para 2016”, afirmou o presidente da EDP.

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O défice tarifário resulta das tarifas de eletricidade não refletirem ao longo dos anos os custos reais do sistema, nomeadamente da aquisição de energia aos produtores em regime especial (PRE), isto é, por um preço superior ao praticado no mercado.

É a EDP Serviço Universal, comercializadora de último recurso do mercado português, que compra a PRE, com sobrecusto por ser subsidiada, e financia o sistema após sucessivos diferimentos destes sobrecustos nas tarifas da eletricidade, que depois vende a terceiros, antecipando o retorno do investimento.

O Governo anunciou, recentemente, que os juros da dívida tarifária gerada em 2017 a pagar à EDP serão de 1,88%, os mais baixos de sempre, o que permitirá uma poupança de 20 milhões para o sistema elétrico nacional.

Mas o Governo quer ir mais longe na redução dos custos da dívida tarifária, que atingia os 4,8 mil milhões de euros no final de 2015, o que passará por formas alternativas de colocação da dívida, como o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, anunciou em julho no parlamento. Para esta missão, está a trabalhar em articulação com o Banco de Portugal.