Jean-Claude Juncker vai pedir alterações ao código de conduta da Comissão Europeia e uma delas será o aumento do “período de nojo” de 18 meses para três anos. Isto é, quem tiver tido responsabilidades como presidente ou comissário terá de esperar mais até poder aceitar empregos no setor privado. Em entrevista ao jornal belga Le Soir, o presidente da Comissão Europeia diz que há um “problema grave de governação na Europa”.

“Irei propor ao colégio de comissários o aumento do período de espera, de 18 meses para três anos, no caso do Presidente da Comissão”, afirmou Jean- Claude Juncker, notando que para os ex-comissários o período de nojo deve subir para 24 meses. Na sequência da polémica com a ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs, Juncker diz que leu o atual código de conduta da Comissão e concluiu que “o documento tem de ser mudado”.

No seu caso, Juncker garantiu que não aceitará nenhum cargo em bancos ou empresas privadas nos três anos após acabar o seu mandato. Nem tenciona fazê-lo mais tarde, acrescenta. Até porque, diz Juncker, mesmo com uma mudança nas regras, “o direito não tem resposta para tudo”, deixando nas entrelinhas uma crítica à decisão de Durão Barroso, por questões éticas.

A Comissão de Ética da União Europeia considerou que a contratação de Durão Barroso para o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs não constitui uma violação das regras de integridade europeias, apesar de dizer que faltou “sensatez”. Em setembro, Juncker explicou que o seu antecessor passaria a ser recebido na Comissão não como antigo presidente, mas como “representante de um interesse” e que, por isso, seria sujeito às mesmas regras de outros representantes. Não haveria “passadeira vermelha”, dizia Juncker.

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