A CGTP-IN considerou esta terça-feira urgente a contratação de trabalhadores e a aquisição de novos materiais para os transportes públicos antes da chegada do inverno e exigiu que o Estado deixe de recorrer aos contratos precários.

A situação das empresas de transportes públicos coletivos e a precariedade no âmbito dos serviços do Estado foram dois dos temas que estiveram na agenda da reunião entre as direções do Grupo Parlamentar do PS e da CGTP-IN na Assembleia da República.

Durante a reunião, os representes da CGTP-IN entregaram ao PS um documento com propostas alternativas para o Orçamento do Estado para 2017 – entre as quais a renegociação da dívida e das parcerias público-privadas rodoviárias -, visando possibilitar medidas como a melhoria das pensões e dos salários, mudanças na política fiscal ou o descongelamento das carreiras na administração pública.

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse ter “registado a disponibilidade” do PS para ouvir e analisar as propostas da central sindical, mas quer “respostas concretas do Governo”.

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É preciso que o Governo tenha um golpe de asa e encontre uma solução para os salários e para as carreiras já em 2017. Consideramos também que é urgente que se dê resposta a problemas graves que afetam os serviços públicos e o setor dos transportes”, afirmou Arménio Carlos.

Neste ponto, o secretário-geral da CGTP-IN defendeu que devem ser disponibilizadas rapidamente verbas que permitam a aquisição de materiais e a contratação de novos trabalhadores em empresas de transportes públicos, tendo em vista possibilitar o aumento do número de comboios, barcos, metros e autocarros em circulação.

“Com a chegada do inverno não podemos ter os problemas ainda agravados”, advertiu, antes de se referir à questão do combate à precariedade.

Queremos clarificar uma norma no Orçamento do Estado para 2017 em que se prevê que se possa fazer contratação a prazo. Ora, o mesmo Governo que diz que é necessário combater a precariedade tem de clarificar qual a situação de excecionalidade que prevê”, apontou.

Para Arménio Carlos, se essa questão relativa à norma orçamental não for clarificada, “então aquilo que é uma exceção pode tornar-se uma regra” no âmbito dos serviços do Estado.

Estamos assistir à contratação de assistentes operacionais para as escolas com a duração de oito e nove meses, assim como outros que estão a ser contratados com trabalho parcial de três ou quatro horas por dia. Isto não é possível”, acrescentou.