A organização não governamental portuguesa Quercus está desde esta segunda-feira na Conferência anual das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP22), que decorre até dia 18 de novembro em Marraquexe. O objetivo, não só da Quercus como das restantes organizações de defesa do ambiente presentes na cimeira, é apenas um e gira à volta de um número que circula há meses nos meandros das entidades que lutam contra as alterações climáticas: 1,5ºC, o novo limite estipulado para a subida de temperatura em cada país, através do objetivo concertado de redução drástica das emissões de gases do efeito de estufa.

A meta estipulada no Acordo de Paris, que entrou em vigor na semana passada, dia 4, foi a de manter o aumento da temperatura média global “bem abaixo dos 2 graus centígrados (2ºC)”, com o compromisso de “continuar os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus centígrados”. A meta é ambiciosa, todos sabem, mas é por ela que todos lutam na COP22, que acontece apenas quatro dias depois de o acordo ter entrado em vigor. Até foi criada uma hashtag para o efeito #1,5ºC.

“O Acordo de Paris começa a ficar obsoleto, porque a grande questão permanece em aberto: todos falam nos 1,5ºC, mas ainda não percebemos como e se vamos chegar lá. O grande desafio desta COP22 será perceber até que ponto os chefes de Estado e líderes políticos estão preparados para se comprometer, a nível nacional, com metas de redução de gases com efeito de estufa mais ambiciosas em relação aos compromissos atualmente estabelecidos. Por outro lado, a questão do financiamento climático e da ajuda aos países mais vulneráveis será crucial, pois esses serão os primeiros e os mais afetados pelas alterações climáticas”, afirma João Branco, presidente da Quercus, num comunicado oficial divulgado pela ONG.

Segundo a Quercus, a inclusão deste novo limite dos 1,5ºC no Acordo de Paris foi uma “conquista fundamental” do ponto de vista dos países mais vulneráveis, mas ainda “não chega”. “1,5ºC – Mobilizar ação e vontade política por um futuro mais seguro” é um dos eventos realizados à margem da COP onde a organização portuguesa vai participar, centrando-se nos passos que precisam de ser dados para chegar àquela meta nomeadamente através da “transição energética dos combustíveis fósseis para as energias renováveis”.

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