O governo indiano retirou de circulação das notas de 500 e 1000 rupias (sete e 14 euros, aproximadamente), com o objetivo do combate à corrupção. A medida, contudo, gerou uma crise grave de falta de dinheiro na economia porque a maior parte das pessoas não tem conta bancária.

De acordo com o El País, a decisão veio provocar a falta de dinheiro no país. Na Índia vivem 1.252 milhões de pessoas e, de acordo com dados oficiais, apenas 150 milhões têm uma conta bancária para depositar o dinheiro que não pode ser utilizado na rua.

Num anúncio feito na televisão, o primeiro-ministro Narendra Modi afirmou: “O dinheiro do mercado negro e a corrupção são os maiores obstáculos ao nosso sucesso. Há uma altura em que percebemos que tem de se introduzir alguma mudança na sociedade, e esta é a nossa altura”.

A medida foi anunciada, no dia 10 de novembro, pelo primeiro-ministro Narendra Modi. As notas deixaram de ter valor e, segundo o Times of India, citado pelo El País, as notas em circulação só podem ser depositadas até dia 30 de dezembro.

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Segundo o jornal Times of India, inicialmente a medida foi vista com entusiasmo, mas as críticas não tardaram a aparecer. Arvind Kejriwal, a mais alta autoridade do estado de Nova Deli, não concordou com a retirada das notas e pediu a suspensão do programa.

“Ainda há tempo para reverter esta decisão (…) O Governo não tem nenhum plano em absoluto”, complementou Kejriwal, que exigiu um pedido de desculpas, por parte do primeiro-ministro, a todas as pessoas lesadas.

Segundo o El País, Kanam Rajendran, líder do Partido Comunista local, também criticou esta medida: “Modi disse ao longo dos últimos anos que ia trazer de volta o ‘dinheiro negro’ escondido no estrangeiro. No entanto, ele não cumpriu a promessa e fez esta desmonetização para encobrir o seu fracasso”, realçou.