As primeiras semanas de novembro foram um teste à cidade de Lisboa, que acolheu o maior evento de tecnologia, empreendedorismo e inovação entre 7 e 10 de novembro.

Milhares de pessoas vieram até à capital portuguesa que este na mira de todos os ecossistemas empreendedores do mundo. “Penso que Lisboa esteve ao nível de padrões extremamente elevados – desde a logística à hospitalidade – e fez um trabalho incrível, especialmente sendo a primeira vez”, afirma Jason Nadal, diretor da área de desenvolvimento e empreendedorismo, uma das parceiras do Web Summit, que saiu de Dublin diretamente para Lisboa e por cá vai ficar mais duas edições.

Há aspetos a melhorar? “Claro! Mas se não achássemos que não havia nada a melhorar, nem deveríamos estar neste desafio”, sublinha.

Jason Nadal aceitou há menos de um ano o desafio de liderar a unidade de desenvolvimento e empreendedorismo da Microsoft Portugal. Trocou a Microsoft-mãe em Seattle, onde estava desde 2011, rumo a uma cidade que, na sua opinião, já não tem de provar se tem capacidade para acolher mais startups: “esse tipo de questão já não é para nós. Mesmo antes do Web Summit, as estatísticas mostram que o nosso ecossistema está a crescer em volume e qualidade”.

Os 677 oradores que marcaram presença no Web Summit são a prova de que o empreendedorismo e a inovação não são atributos exclusivos de “Geeks” ao estilo da célebre série “A Teoria do Big Bang”: do ator Joseph Gordon-Levitt ao músico Ne-Yo, a mistura de competências, conhecimentos e perfis tornou o Web Summit ainda mais atrativo. “Isto é que é precisamente um ecossistema. Deve incorporar muitas facetas para ser robusto, enérgico e autêntico. Todas as pessoas têm um papel fundamental e traz perspetivas e competências únicas”, defende Jason Nadal.

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A Microsoft Portugal foi um dos parceiros do Web Summit, uma presença que começou meses antes do evento: “quisemos proporcionar durante o ano uma experiência única para as nossas startups e venture capitalists de todo o mundo”, sublinha.

O programa Journey do the Web Summit proporcionou desde setembro 25 master classes online que ajudaram os empreendedores a preparar-se para o Web Summit; em outubro, o Startup Challenge sagrou vencedora a startup Prodsmart, entre 140 candidatas, que ganhou um espaço junto do stand da Microsoft e um ano de residência no acelerador Canopy City, em Boston.

Durante o evento, a Microsoft criou o hub Reactor, disponibilizando as instalações da Microsoft, a 700 metros do Web Summit, às startups para se reunirem com aceleradores e venture capitalists, relaxarem ou recuperarem energia.

Além disto, selecionou 20 startups de todo o mundo, que se destacaram nos vários aceleradores que a instituição tem, para usar o espaço da Microsoft no evento, em regime de rotatividade, e lançou ainda o manual de startups “What’s Your Moonshot?”

“A resposta dos nossos parceiros e amigos foi incrivelmente positiva”, sublinha. Quanto aos dividendos para as startups, Jason afirma que “ainda é cedo para confirmar negócios, mas sabemos que tiveram uma experiência muito positiva do Web Summit e do uso do Reactor para se reunirem com venture capitalists, clientes e potenciais parceiros”.

Agora que a primeira edição do Web Summit em Lisboa terminou, é necessário continuar a trabalhar para o crescimento do ecossistema português. “As startups alimentam a inovação e a mudança. É evidente que a Microsoft está neste desafio a longo prazo. Temos vários programas e pessoas para promover essa inovação”, afirma.

A nível local, a Microsoft providencia acesso a apoio técnico, parceiros com programas de aceleração e contactos com venture capitalists. Globalmente, a Microsoft dispõe dos seus próprios oito aceleradores.

Duas das startups graduadas nesses programas são as portuguesas Tradiio e DefinedCrowd, mais uma prova de que o trabalho local da Microsoft Portugal tem implicações mundiais. “As startups ‘graduadas’ nos nossos aceleradores já recolheram um total de dois mil milhões de dólares em financiamento”, conclui.