O ex-ditador Ferdinand Marcos foi enterrado, esta sexta-feira, no Cemitério dos Heróis das Filipinas numa cerimónia que gerou protestos. O corpo de Marcos, acusado de ser responsável pela morte, tortura e detenção ilegal de 100 mil filipinos e da apropriação de cerca de 10 mil milhões de dólares de fundos públicos, foi transportado de helicóptero até ao Cemitério dos Heróis, no sul de Manila, e enterrado.

O antigo líder foi sepultado numa cerimónia militar privada acompanhada por centenas de efetivos da Polícia Nacional das Filipinas para evitar choques com as vítimas do seu regime. A cerimónia foi transmitida em direto pelos meios de comunicação locais a partir do exterior do cemitério.

O funeral de Marcos acontece dez dias depois de o Supremo Tribunal do país ter dado luz verde ao seu enterro naquele cemitério, o que, segundo alguns opositores, vai contra o estipulado pela legislação filipina. “Obviamente que desobedeceram à lei, já que a decisão não é final nem pode ser executada até 15 dias depois da decisão”, afirmou a vice-presidente das Filipinas, Leni Robredo, num comunicado publicado nas redes sociais.

Vários grupos que se opõem a Marcos anunciaram protestos para esta sexta-feira e para o fim de semana e afirmaram que vão apresentar um recurso judicial para pedir a exumação do corpo do antigo ditador.

O enterro de Marcos no Cemitério dos Heróis das Filipinas foi ordenado no passado mês de agosto pelo Presidente do país, Rodrigo Duterte, algo que a família do ex-ditador pedia há anos mas que os presidentes anteriores se tinham negado a conceder. Marcos foi deposto em fevereiro de 1986 após um protesto pacífico e ao fim de duas décadas a governar as Filipinas. Morreu no exílio, no Havai, Estados Unidos, três anos depois.

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