Mais de metade dos 53 oncologistas consultados para um estudo realizado pela DECO admitem que existe racionamentos nos tratamentos inovadores de combate ao cancro — que ainda só chegam “apenas a uma minoria”. De acordo com as conclusões do estudo a que o semanário Expresso teve acesso, “em causa estão fármacos que podem alcançar dezenas de milhar de euros por ciclo de tratamento e que, assim, pressionam o orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, cita o Expresso.

O estudo — a ser publicado em dezembro na revista “Teste Saúde” — vai mais longe: Apenas 5% dos pacientes em fase de cancro avançado recebem tratamentos inovadores. Entre os quais, ensaios clínicos, terapia de alvo molecular (fármacos que atuam num alvo concreto do tumor) ou imunoterapia (manipulação de células do próprio doente). Assim, os tratamentos mais frequentes são a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia.

Apesar de considerarem que se deve optar sempre pelo melhor tratamento independentemente da situação financeira do paciente, os médicos têm em conta a relação custo-benefício. Isto é, procuram selecionar para tratamentos inovadores os doentes nos quais os fármacos podem ter melhores resultados.

Resultado da falta de informação, sobre novos medicamentos e procedimentos, e, sobretudo, às dificuldades financeiras — um em cada três doentes oncológicos não têm possibilidades de pagar exames, medicamentos e deslocações — é que:

A quase totalidade dos doentes, a maioria entre os 60 e os 74 anos, obteve tratamento no SNS”, diz o inquérito.

O estudo foi realizado em janeiro e fevereiro deste ano, em Portugal, Espanha, Itália, Bélgica e Brasil, onde além dos médicos foram entrevistados 16.239 doentes e cuidadores.

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