Oscar, de 37 anos, é o primeiro transplantado facial total do mundo e veio a público dar-se a conhecer. Mas não foi por si, nem pelos clínicos que o operaram. O motivo? A defesa do seu cão Thor, um dogo argentino.

Depois se ter submetido ao primeiro transplante de cara do mundo, em 2010, Oscar está agora a lutar contra uma lei imposta, este verão, pelo País Basco e por Aragão, que proíbe o uso de cães potencialmente perigosos para atividades de caça. Thor é de uma dessas raças.

https://twitter.com/Reporte24ES/status/800910767121899520

O El Mundo conta que Oscar se encontra “exilado” nos Pirinéus desde a sua operação, na companhia dos seus vinte cães, e só agora deu, literalmente, a cara para contestar o Plano Geral de Caça de Aragão para 2016-2017. Oscar, em declarações ao jornal espanhol, refere que esta medida é “absurda” e já teve de se desfazer de quatro dos seus cães por causa dela.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As pessoas acham que nós usamos este tipo de cães para lutar ou para assustar as pessoas. Eles, quando são bem treinados, são carinhosos e bons como o Thor”, revela ainda Oscar.

De acordo com o El Mundo, Thor faz parte da família de Oscar desde o transplante a que se submeteu, em 2010, e já chegou a salvar-lhe a vida de um ataque de um javali. “É o Thor que me protege a mim e aos outros cães”, salienta.

O acidente que fez com que este homem perdesse a cara e se submetesse a um transplante total facial foi provocado pelo impacto de uma bala que lhe deformou metade do rosto. Desde a altura em que tal aconteceu, Oscar declarou ao El Mundo que nunca mais voltou a caçar com armas, apenas usas facas e flechas.

Na lista dos cães considerados perigosos para a caça estão o pitbull, staffordshire bull terrier, american staffodshire, rottweiler, cão de fila brasileiro, tosa inu, akita inu e o dogo argentino. No entanto, só as duas últimas raças é que foram excluídas, visto que são as únicas que são utilizadas para caça.

Esta lei surgiu com o intuito de evitar possíveis perigos para a população e resulta de queixas de ciclistas, caminhantes e montanhistas, que disseram sentir-se ameaçados com a presença destas raças.

No entanto, o El Mundo avança com a informação de que a Associação Espanhola de Cães de Caça e a Associação Aragonesa Defensora dos Cães de Caça conseguiram suspender, por agora, a decisão da aplicação desta lei do Tribunal Superior de Aragão.