Os suspeitos detidos no fim de semana em França por planearem ataques terroristas em França estavam a receber ordens diretas de membros do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, nomeadamente para comprarem armas, disse esta sexta-feira o procurador-chefe de Paris, François Molins, numa conferência de imprensa depois o Ministério Público ter pedido a prisão preventiva dos suspeitos. Trata-se de quatro franceses e um cidadão marroquino que tinha residência em Portugal, em Aveiro, desde 2014. O ataque estava a ser planeado para o dia 1 de dezembro.

“Uma equipa em Estrasburgo, e também um homem preso em Marselha, receberam instruções para adquirirem armas. As instruções foram dadas por um comandante da região do Iraque e Síria via aplicações encriptadas”, disse o procurador, citado pela agência Reuters. Segundo François Molins, que falou aos jornalistas depois de ter pedido a prisão preventiva dos suspeitos, os homens estariam a receber ordens ao minuto para adquirirem e transportarem armas, munições e explosivos.

As armas e as respetivas instruções, que vinham todas do mesmo interlocutor, foram encontradas nas casas dos suspeitos, juntamente com “mensagens claras de lealdade” ao Estado Islâmico.

O ataque estava a ser planeado para o próximo dia 1 de dezembro, mas não se conhecem as motivações dos suspeitos. “O estado da ameaça é elevado e permanece elevado”, disse o procurador francês.

Um destes suspeitos, marroquino, de 26 anos, residia em Aveiro com autorização de residência emitida em 2014. Segundo a Polícia Judiciária, o suspeito “estava a ser investigado pela Polícia Judiciária desde o verão de 2015” e “foi objeto de um pedido de cooperação internacional e de vigilância discreta inserido no Sistema de Informação Schengen”. O cidadão marroquino fazia parte de uma “rede de recrutadores do norte de África que passaram por Lisboa e Aveiro”, durante vários meses.

Inicialmente a operação policial terminou com a detenção de sete suspeitos mas as autoridades francesas acabaram por libertar na noite de terça-feira dois deles. Entre os cinco detidos estão agora, além do cidadão marroquino, dois franceses, um franco-tunisino e um franco-marroquino.

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