A história é antiga. Elián González tinha cinco anos quando, em 1999, a mãe o levou pela mão a atravessar o oceano rumo aos EUA, deixando Cuba de Fidel Castro para trás. A mãe morreu durante a travessia, mas o pequeno Elián sobreviveu e foi levado para a Florida, desencadeando uma enorme e mediática disputa pela custódia da criança, com os familiares de Elián residentes nos EUA de um lado da barricada e o pai, em Cuba, a lutar pelo seu regresso. O processo foi visto como uma batalha de Fidel Castro, que se empenhou para levar a criança de volta a Cuba. E conseguiu.

Agora, quase 17 anos depois, Elián González volta aos holofotes para elogiar o histórico líder cubano que, disse, lutou pelo seu regresso a Cuba. Falando à televisão estatal cubana, González, agora com 22 anos, elogiou o legado de Fidel Castro, dizendo que iria permanecer para sempre na memória coletiva e disse mesmo que Fidel Castro “começou por ser uma figura de pai, mas depois o mais difícil para um pai é tornar-se num amigo”, e foi isso, disse, que Fidel conseguiu ser.

“Fidel foi um amigo que, no momento mais difícil, esteve com a minha família, com o meu pai, e tornou possível o meu regresso a Cuba, para junto do meu pai”, disse, acrescentando que “não faz sentido falar de Fidel no passado, porque hoje mais do que nunca, o legado que deixa torna-o omnipresente”.

A história da custódia de Eilán González tornou-se num dos maiores trunfos políticos de Fidel Castro nas disputas com os EUA. Fidel acabou por ganhar o braço de ferro e o jovem, então com apenas 5 anos, manteve uma relação próxima com o ex-líder cubano.

“Foi uma honra extraordinária, mas um grande peso também, quando, num ato público, Fidel Castro me considerou seu amigo. Só alguns anos depois é que percebi que eu tinha um compromisso para com ele por causa disso”, disse ainda o jovem que viria a conviver com o histórico líder cubano ao longo de todo o seu crescimento e a tornar-se militante da juventude comunista.

González recorda ainda, na mesma entrevista à televisão estatal, o dia em que foi almoçar com Fidel Castro e lhe perguntou o que deveria estudar quando acabasse o liceu: “Disse-me para estudar algo que fizesse bem para o povo”, lembra. O jovem cubano acabou por seguir a via militar e estudar engenharia industrial em Cuba. Nos últimos anos tem-se mantido longe dos holofotes mediáticos, protegido não só pelo pai como por agentes oficiais cubanos.

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