Em Outubro, o Governo alemão ordenou à Tesla que se abstivesse de utilizar o termo Autopilot para anunciar o seu sistema de condução semi-autónoma, com base no pressuposto de que tal poderia induzir em erro os consumidores, sugerindo-lhes que não necessitariam de prestar atenção à estrada durante a condução quando o dispositivo estivesse activado. Uma medida que foi posteriormente acompanhada pelo Governo holandês.

Em declarações à Reuters, o ministro dos transportes alemão, Alexander Dobrindt, afirmou que o seu gabinete teria instado a Tesla “a deixar de utilizar um termo que induz em erro para identificar o sistema de auxílio à condução do veículo”. Ao passo que a KBA (a autoridade do transporte rodoviário teutónico) terá, ainda, enviado uma carta aos proprietários de modelos da Tesla, alertando-os para um sistema que “potencialmente” os poderia induzir em erro, ao mesmo tempo que na missiva enviada à própria marca, e de acordo com o jornal Bild am Sonntag, referia que “por forma a evitar más interpretações e indevidas expectativas dos consumidores, ordenamos que o termo enganador Autopilot deixe de ser utilizado para publicitar o sistema”.

A tudo isto, a Tesla começou por responder que o termo “Autopilot” é há muito utilizado na indústria aeronáutica, e que, quando devidamente utilizado, o seu sistema pode “reduzir o esforço do condutor” e “acrescentar um nível adicional de segurança”. Mas a marca californiana não ficou por aqui e, segundo avança a revista britânica Auto Express, decidiu levar a cabo um estudo, realizado por uma empresa independente, com vista a determinar até que ponto os proprietários alemães dos seus modelos compreendem de que modo funciona o Autopilot. E os resultados foram esmagadores: 98% dos inquiridos “compreendem que, quando o Autopilot está activo, o condutor deverá manter em permanência o controlo do veículo”, ou seja, não só percebem as funções do sistema, como conhecem as suas limitações.

O facto é que esta não foi a primeira vez que o termo Autopilot foi motivo de controvérsia. No início deste ano, na China, um proprietário de um Tesla, depois de ter tido um acidente enquanto circulava com o sistema activado, acusou os vendedores da marca em Pequim de promoverem os veículos como sendo capazes de se conduzirem autonomamente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR