O primeiro-ministro, António Costa, incentivou esta segunda-feira os empresários a instalarem as suas indústrias nos territórios próximos da fronteira com Espanha, de forma a aproveitarem os 60 milhões de habitantes do mercado da Península Ibérica.

Durante uma visita ao Centro de Produção de Mangualde da PSA, António Costa frisou que este concelho do distrito de Viseu não está situado naquela zona do país onde é habitual instalarem-se “as indústrias e as fábricas mais modernas”.

“Esta localização demonstra que hoje em dia, se queremos ter um país mais desenvolvido, não podemos olhar simplesmente para aquela estreita faixa do litoral. Temos que ter a capacidade de aproveitar integralmente os recursos do território e toda esta zona de proximidade à fronteira”, frisou.

O governante disse que “só numa distância de 100/150 quilómetros entre as capitais dos distritos de fronteira e as províncias de fronteira em Espanha” há mais seis milhões de habitantes.

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“E seis milhões de habitantes são mais 60% da população portuguesa. Portanto, hoje em dia não faz sentido olhar para o nosso mercado como um pequeno mercado de 10 milhões, faz sentido olhar pelo menos para um mercado de 60 milhões, que é o mercado da Península Ibérica”, sublinhou.

Na opinião de António Costa, “a ligação ao ‘interland’ ibérico é absolutamente fundamental”.

“O próximo Orçamento do Estado tem já condições para ter um aumento significativo de investimento público. Vai haver um aumento de 20% do investimento público, parte em escolas, parte em hospitais, mas também numa área essencial que é a da ferrovia”, acrescentou.

O primeiro-ministro aludiu à importância de “fazer a ligação entre o interface marítimo dos portos de Sines, de Lisboa, de Aveiro, da Figueira, de Leixões e outros, com o ‘interland’ da Península Ibérica”.

“Tal como o corredor de Sines ou Caia, este corredor da Linha da Beira Alta é absolutamente estratégico para podermos ser a plataforma marítima do conjunto da Península, mas também para que estas terras que nos habituámos mal a chamar de interior possam ser efetivamente o grande interface entre a nossa fachada atlântica e o centro da Península Ibérica”, acrescentou.

António Costa lembrou que, a este nível, o Orçamento do Estado tem duas medidas fiscais importantes: o “incentivo às empresas que se fixem no interior” e “o novo regime de IVA alfandegário, que dispensa as empresas de terem de pagar o IVA no ato de importação para depois o deduzirem no momento da exportação”.