São muitos os relatos de Fidel Castro enquanto sedutor insuperável. Mas, histórias por confirmar à parte, teve de facto relacionamentos (uns mais breves que outros) com estrelas como Ava Gardner, atriz e cantora americana, ou Marita Lorenz, amante do líder e alegadamente ligada ao assassinato de Kennedy.

Estas duas amantes terão mesmo coincidido no tempo e no espaço. Aliás, segundo conta o El Español, as duas encontraram-se no elevador de um hotel, em Havana, onde criaram um clima de tensão que chegou, inclusive, a passar das ameaças ao físico. Segundo conta Diane Ducret no seu livro Mulheres de ditadores, Ava não só insultou a Marita como também lhe deu “uma chapada”.

“Com que então és tu a cadela que está com o Fidel e que o quer só para ela” terá dito Ava, segundo o El Español

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A atriz americana Ava Gardner

Mas, enquanto Ava Gardner se preocupava com outras coisas, Marita Lorenz ganhava terreno com Fidel. Sobrevivente do Holocausto, no campo de concentração de Bergen-Belsen, suspeita de fazer parte do assassinato de Kennedy ou até de engendrar um suposto plano para assassinar o próprio Fidel Castro, esta mulher foi inspiração para biógrafos e cineastas.

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Jennifer Lawrence, uma das mais desejadas estrelas de Hollywood, será a nova protagonista da produção da Sony Pictures, que irá fazer um filme sobre a vida de Marita Lorenz, tão entusiasmante não foi a sua vida.

Fidel e Marita

Marita e Fidel

Fidel Castro, a inspiração para o cinema

Antes de se tornar o líder da revolução cubana, Fidel terá sido ator em Hollywood… ainda que por tempo breve. O icónico líder terá trabalhado nos estúdios da MGM, tendo contracenado ao lado de Jose Iturbi ou Xavier Cugat.

Também inspirou Woody Allen pelo seu estilo, no filme Bananas:

Alfred Hitchcock utilizou também algumas das suas imagens e áudios no filme “Topaz”, método semelhante ao usado por Brian de Palma no filme “Scarface” ou por Julian Schnabel em “Antes que Anoiteça”.

Também o documentário “A Bela Cuba”, de Ricardo Vega, foi construído a partir de algumas imagens e sons do arquivo de Fidel.

Vários filmes foram inspirados em Fidel. Quer pela sua imagem marcante quer pelos seus discursos. Mas alguns filmes fizeram um uso diferente das principais características de Castro. O filme “I Love Miami”, por exemplo, tem como protagonista o ator Juan Luis Galiardo, que, por sua vez, encarna o papel de Fidel Castro numa vertente cómica.

O líder cubano que viveu rodeado de estrelas

Um dos mais mediáticos defensores de Castro é o ator Sean Penn, que desde 2005 visitou várias vezes Havana. Segundo afirma o El Español, o ator terá dado em 2009 uma entrevista à Vanity Fair, que nunca chegou a ser publicada, mas onde o ator afirmou que iria educar os seus filhos para serem “socialistas e revolucionários”.

CANNES, FRANCE - MAY 18: Actor Sean Penn poses at the "Haiti Carnaval In Cannes" photocall during the 65th Annual Cannes Film Festival on May 18, 2012 in Cannes, France. (Photo by Gareth Cattermole/Getty Images)

Sean Penn

Também o ator Kevin Costner, em 2001, passou pela ilha cubana para apresentar o seu filme “13 dias”, que retrata a crise dos misseis russos, um dos momentos de maior tensão entre Cuba e o governo americano.

Nem Robert Redford faltou, como produtor executivo, à estreia do filme “Diário de um motociclista”, inspirada numa viagem de 9 meses que Che Guevara fez, juntamente com o seu amigo Alberto Granados. Na estreia do filme estiveram presentes a viúva de Che Guevara, os seus filhos e netos e o próprio Granados. Outras figuras do Governo terão também estado presentes.

Mas as celebridades que passaram em Havana não ficam por aqui. Em 1998 Kate Moss e Naomi Campbell foram também a Havana para uma sessão fotográfica. Campbell afirmou mesmo que concretizou o sonho de uma vida: conhecer Fidel, sublinhando ainda que, tal como Nelson Mandela, também Fidel é uma inspiração para todos.

Mais tarde, também Paris Hilton visitaria Havana e haveria de tirar uma selfie com Fidel Castro Júnior.

fidel e paris hilton

Eis a selfie entre Paris Hilton e o Fidel Castro Júnior

A importância do cinema na vida de Fidel Castro deveu-se não só por ter sido ator, não só porque vários filmes e séries foram inspirados na sua figura mas também porque sempre soube da sua importância na propaganda dos seus ideais. O cinema foi não apenas uma paixão mas também uma das “armas revolucionárias”.

Aliás, a Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba de San António de los Baños foi incluída na sua propaganda de regime e o Festival Internacional de Cinema, em Havana, que acolheu também muitas celebridades de todo o mundo, e que funcionou como arma de propaganda do seu regime.