A Associação Empresarial da Região de Santarém está no Canadá numa missão empresarial, para “tentar encontrar parceiros de negócio num mercado com muito potencial”, disse, esta terça-feira, à agência Lusa o presidente da NERSANT.

“Viemos convidar os empresários portugueses radicados no Canadá, para que possam ver Portugal como uma janela de oportunidade de investimento. Em Portugal há um fator, que é a existência de capitais próprios baixos. Existem bons investimentos que podem ser feitos”, afirmou António Campos, presidente executivo da Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT).

A delegação de dez elementos da NERSANT, incluindo representantes de seis empresas, está em Toronto até quinta-feira, estando agendados encontros locais com empresários canadianos.

As empresas portuguesas representadas na missão estão ligadas à área da “metalomecânica, agroindústria e engenharia informática”.

“A tipologia das nossas pequenas empresas enquadra-se perfeitamente nas respostas que possam dar a nichos do mercado. A expectativa não é vir para cá grandes empresas ou grandes negócios, mas é de poder haver alguma complementaridade”, acrescentou António Campos.

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O dirigente da associação empresarial ribatejana revelou que, após um rastreio efetuado aos associados, no ano passado, surgiu também a hipótese de se realizar “uma futura missão empresarial a Alberta”, no centro do Canadá.

Quanto ao acordo comercial entre o Canadá e a União Europeia (CETA, sigla em inglês), aprovado no Conselho Europeu no dia 28 de outubro, vai “facilitar a realização de negócios bilaterais”, destaca o presidente da NERSANT.

O acordo “é bom para ambos os lados”, afirma. “É por aí que podemos trabalhar, através da tipologia da nossa atividade económica e vice-versa, porque também queremos que os empresários olhem para Portugal e para o mercado Europeu de 500 milhões de habitantes”, realçou.

António Campos sublinhou igualmente a importância do programa Portugal 2020, considerando-o como uma “boa oportunidade para os empresários portugueses residentes no Canadá em investirem em Portugal”.

O responsável pela organização da missão da NERSANT no Canadá, Felipe Gomes, explicou que “esta é uma boa altura para Portugal, porque há uma grande procura de produtos portugueses”.

“Como empresário tenho testemunhado muita procura de imensos produtos portugueses, com a ida a Portugal de muitos canadianos que procuram produtos portugueses. É algo bastante positivo”, sublinhou.

O empresário mostrou-se confiante para um aumento no número das exportações para o Canadá, nomeadamente no setor do vinho.

Felipe Gomes defende igualmente um acordo comercial envolvendo três partes, envolvendo o Brasil, e exemplificou os exemplos da Colômbia e do Brasil, um “mercado de partilha” a três.

“Já temos um acordo com a Colômbia e com o Canadá. Gostaria de conhecer melhor a Câmara de Comércio do Brasil, conhecer melhor o seu mercado, [e envolver] Canadá, Brasil e Portugal, num mercado de partilha”.

As empresas ribatejanas estão com bastantes expectativas, na missão ao Canadá.

O diretor-geral da Blue Bau Special Solutions, Jorge Fonseca, declarou que o objetivo inicial é “conhecer melhor o mercado canadiano”.

“As perspetivas são as melhores num mercado maduro, competitivo. O nosso principal objetivo é conhecer Toronto e o Canadá”, salientou.

A empresa tem sede em Torres Novas e atua na área de serviços de engenharia, relacionados com impermeabilizações especiais, e pretende marcar a diferença “pela qualidade”.

Cerca de 80 % do volume de vendas da faturação Blue Bau são para exportação. A empresa já tem uma “presença internacional significativa” em mercados de África, América Latina, Ásia, e Europa.

Para o diretor comercial da Compometal, João Silva, as expectativas também “são positivas”.

“Viemos para o Canadá à procura de novos mercados. No final espero sair daqui com contactos e ter negócios aqui no Canadá”, disse o representante da empresa de produção de componentes para a indústria automóvel, com sede em Vale da Pedra, Cartaxo.