A Polícia Judiciária está a fazer buscas na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A notícia foi avançada pelo Diário de Notícias e confirmada pouco depois pela Procuradoria-Geral da República ao Observador. A investigação visa contratos por ajuste direto que beneficiavam empresas de funcionários da própria Santa Casa.

Segundo o Ministério Público estão a ser feitas nove buscas domiciliárias, duas a escritórios de advogados e quatro às instalações da Santa Casa. De acordo com o DN, uma das casas investigadas foi a de Helena Lopes da Costa, administradora da instituição e antiga vereadora na Câmara Municipal de Lisboa. Para já ainda não há arguidos, mas o Ministério Público suspeita de crimes de participação económica em negócio.

O Observador sabe o processo-crime que dá lugar às buscas desta quarta-feira surge na sequência de uma auditoria aos serviços da Santa Casa, instaurada ainda durante o anterior governo pelo Ministério da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social. Essa auditoria — que detetou as irregularidades divulgadas pela PGR — só ficou concluída nesta legislatura e e, por sugestão dos próprios inspetores, parte das conclusões foram encaminhadas para o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Ao fim da tarde, ao sair da Santa Casa, o provedor mostrou-se tranquilo com as averiguações. Pedro Santana Lopes disse que os funcionários da instituição estão a colaborar com as autoridades e lembrou que algumas irregularidades, noticiadas em 2014 pelo Público, foram investigadas internamente. “Foram feitos inquéritos, as situações foram corrigidas”, disse Santana Lopes.

Há dois anos, o Público divulgou que a Santa Casa da Misericórdia tinha celebrado contratos que levantavam algumas dúvidas porque, em mais do que um caso, as empresas convidadas a apresentar propostas tinham sócios ou outros dirigentes em comum. Na altura, a instituição liderada por Santana Lopes abriu um inquérito e instituiu novas normas para contratação de serviços.

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