A linha cronológica do vírus da varíola pode sofrer alterações face a uma nova descoberta. Através de análises feitas ao corpo mumificado de uma criança, que teria cerca de quatro anos aquando da sua morte, um grupo de investigadores pensa ter descoberto a verdadeira origem da doença. Os investigadores tiveram de pedir uma autorização à Organização Mundial de Saúde para poder analisar o corpo da criança, que morreu em 1654 e foi sepultado na igreja do Espírito Santo em Vilnius, capital lituana.

A forma como a criança foi sepultada acabou por mumificar o corpo, conservando os tecidos moles, que permitem um estudo mais aprofundado. Segundo as análises e testes já feitos, soube-se que o vírus da varíola pode ter afetado os humanos apenas durante séculos e não milénios como se pensava. O tipo de varíola detetada na criança mumificada foi considerado o primeiro vírus. Ou seja, a varíola surgiu apenas por volta do século XVII e não há milhares de anos como se pensava.

Segundo conta o El País, tratou-se de uma descoberta acidental. Os investigadores estavam há 20 anos a investigar corpos sepultados naquela igreja lituana, mas para estudar uma outra doença: a tuberculose, também ela com milhares de anos. Ao analisarem o corpo da criança detetaram o vírus da varíola, concluindo que aquele tipo de vírus terá sido o primeiro a surgir. A descoberta pode deitar por terra a data admitia como a origem da varíola, hà cerca de três mil anos, quando foram realizadas análises à múmia do Faraó Ramsés V, que teria a doençaa.

Mas ainda não há certezas. “Estes podem ser, realmente casos genuínos ou então erros de identificação, sabemos que eles são muito fáceis de acontecer, uma vez que a varíola pode ser confundida com varicela ou sarampo”, dizem os investigadores.

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