O cantor Charles Aznavour, intérprete de êxitos como “La bohème”, e que compôs para Amália Rodrigues “Aïe mourrir pour toi”, atua hoje, em Lisboa, no âmbito de uma digressão que este ano já o levou a 11 palcos.

Charles Aznavour, de 92 anos, apresenta-se na MEO Arena, depois de já ter atuado, nesta digressão, entre outras cidades, em Tóquio e Osaka, no Japão, Amesterdão, Bucareste, Praga, Dubai, Barcelona e Marbella, em Espanha, Verona, em Itália, e Antuérpia, na Bélgica.

O cantor, ator e compositor francês de origem arménia, apontado pela imprensa como uma “lenda viva da ‘chanson française'”, editou, no ano passado, o álbum “Encores”, composto por inéditos de sua autoria, entre os quais uma homenagem a Edith Piaf e uma recriação de Nina Simone, tendo atuado, na altura, em cidades como Paris, Londres, Bruxelas e São Petersburgo, entre outras, num total de 12 concertos.

Todas as canções do álbum, à exceção de “You’ve got to learn”, foram escritas e compostas por Aznavour, que fez os arranjos para a sua voz, sendo a orquestração de Jean-Pascal Beintus.

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Charles Aznavour atuou em 2008 em Portugal, ano em que recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2007, gravou com a cabo-verdiana Mayra Andrade a canção “Je danse avec l’amour”.

Com uma carreira com cerca de 70 anos, como cantor, ator e compositor, Aznavour escreveu mais de mil canções em francês, inglês, italiano, espanhol e alemão, vendeu mais de 100 milhões de discos, tendo partilhado o palco com cantores como Edith Piaf, Charles Trenet, Dalida e Yves Montand, entre muitos outros.

“Poucos são os franceses referenciados como influência por artistas tão díspares como Frank Sinatra ou Fred Astaire, Sting ou Elvis Costello, Bob Dylan ou Dr. Dré, o magnata do ‘hip hop’ que ‘samplou’ um tema de Aznavour de 1966, ‘Parce que tu crois’, para um dos maiores sucessos do seu álbum ‘2001’, o tema ‘What’s the difference’, que, em 1999, revelou também duas futuras superestrelas do ‘rap’ norte-americano, Xzibit e Eminem”, afirma a produtora do espetáculo em comunicado enviado à Lusa.

O crítico musical Stephen Holden, da revista norte-americana Rolling Stone, descreveu Aznavour como uma “divindade pop francesa”.

O intérprete de “Il faut savoir” gravou mais de 1.200 canções em oito idiomas, e vendeu mais de 180 milhões de discos, segundo a mesma fonte.

Bryan Ferry, Elton John, Carole King, Paul Anka, Frank Sinatra, Dean Martin, Sting, Marc Almond, Herbert Gronemeyer, Simone de Oliveira e Laura Pausini são alguns dos artistas não franceses que gravaram temas de Aznavour, além de Amália Rodrigues por quem o cantor nutria uma admiração e de quem era amigo, como afirmou em várias entrevistas.

Em 1998, Aznavour foi eleito “Entertainer of the century” pelos consumidores de marcas globais de media como a CNN e a Time Online, somando 18% das preferências mundiais e superando Bob Dylan e Elvis Presley, refere a produtora do espetáculo.

De origem arménia, o músico fundou a organização não-governamental Aznavour For Arménia, como resposta ao terramoto naquele país, em 1988.

Em 1997, a França reconheceu o papel do músico na história da canção francesa, distinguindo-o com o grau de Oficial da Legião de Honra.

Aznavour é embaixador permanente da UNESCO, e o Estado da Arménia concedeu-lhe, em 2008, a nacionalidade arménia. Anteriormente, o cantor tinha recebido a Ordem da Pátria, a mais alta condecoração da antiga República soviética e uma das praças da capital, Yerevan, tem o seu nome.