O filho do presidente do FC Porto poderá ter recebido vários milhares de euros de forma ilegal pela transferência de jogadores do clube. A investigação do Football Leaks, a cargo da European Investigative Collaborations e publicada pelo semanário Expresso, divulga a existência de negócios com atletas, intermediados pela empresa do agente desportivo, em que Alexandre Pinto da Costa recebeu comissões pela compra e pela venda (ou empréstimo) do mesmo jogador: recebia dinheiro do clube que vendia (ou emprestava) e da equipa de destino do negócio.

O Expresso aponta vários negócios, dois deles em 2013. Num caso, a Energy Soccer, detida pelo agente e empresário, filho de Jorge Nuno Pinto da Costa, participou na transferência de Carlos Eduardo do Estoril Praia para o FC Porto. Recebeu 100 mil euros do Porto e, no ano seguinte, outros 68.400 do Estoril. Em causa, nas duas faturas emitidas com uma diferença de alguns meses, estava a mesma transferência, o que representa uma violação da legislação nacional, citada pelo semanário: “A pessoa que exerça a atividade de empresário desportivo”, como acontecia com Alexandre Pinto da Costa, “só pode agir em nome e por conta de uma das partes da relação contratutal”, prevê a legislação (lei 28/98, que estabelece um novo regime jurídico do contrato de trabalho do praticante desportivo e do contrato de formação desportiva).

O segundo caso aconteceu com a transferência de Rolando do Porto para o Inter de Milão. Mais uma vez, a Energy Soccer terá lucrado na origem e no destino: 60 mil euros mais IVA do clube português e outros 75 mil do lado italiano.

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