O ministro dos Negócios Estrangeiros francês pediu, esta quarta-feira, a presença de observadores das Nações Unidas na cidade síria de Alepo para supervisionarem a retirada de civis e combatentes rebeldes e evitar que estes últimos sejam “massacrados”.

“França pede observadores das Nações Unidas para haver garantia de que a retirada de civis é uma prioridade, mas também para que os combatentes não sejam massacrados”, disse Jean-Marc Ayrault ao canal de televisão France 2.

“É preciso também que organizações humanitárias como a Cruz Vermelha, a Unicef, possam intervir”, acrescentou.

Segundo o ministro, “a confusão é total” no terreno.

Um acordo para a retirada de civis e de combatentes insurgentes da cidade de Alepo foi alcançado na terça-feira com o Governo de Damasco, anunciaram responsáveis rebeldes e o embaixador russo junto das Nações Unidas, Vitali Tchourkine.

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Horas antes, o Conselho de Segurança das Nações Unidas anunciou que iria reunir-se de urgência em resposta à situação em Alepo, após relatos de que as forças pró-sírias executaram dezenas de civis naquela cidade devastada por combates. A reunião de urgência foi solicitada por Paris e Londres.

Após o anúncio do acordo, os combates na zona leste da cidade terminaram, anunciou o embaixador russo junto das Nações Unidas.

A retirada de civis e rebeldes da cidade deveria ter começado durante a madrugada mas está atrasada várias horas, noticiam as agências de notícias AFP e AP e meios de comunicação social locais.

A ONU informou na terça-feira que as forças que apoiam o regime sírio terão executado pelo menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, “provavelmente nas últimas 48 horas” em quatro bairros do leste de Alepo que recuperaram aos rebeldes.

As forças governamentais sírias, apoiadas pelas forças aliadas russas, lançaram há três semanas uma ofensiva para recuperar a zona leste de Alepo, um bastião rebelde desde 2012.

Dos 275.000 civis que se estimava viverem em Alepo (a segunda maior cidade síria) quando foi lançada a ofensiva, cerca de 70.000 fugiu nos últimos dias, na sua maioria para centros de deslocados montados pelo governo na parte oeste da cidade.