Moaza Al Matrooshi, de 24 anos, proveniente do Dubai, deu à luz um menino saudável após os médicos terem conseguido restaurar a sua fertilidade com o tecido retirado a um ovário que tinha sido congelado, em criança, aos nove anos. Depois de ter feito tratamentos de quimioterapia, a jovem entrou em menopausa, tendo sido removido então o ovário direito que foi congelado, conta o The Guardian.

Moaza é considerada a mais jovem menina a fazer o armazenamento de tecido congelado para futura gravidez. O bebé nasceu no Hospital Portland, em Londres, na terça-feira e os médicos que fizeram o parto acreditam que esta é uma ótima solução para todas as jovens que possam ter a sua fertilidade colocada em risco após tratamentos contra o cancro ou outras doenças.

Al Matrooshi nasceu com uma condição sanguínea hereditária que, se não fosse tratada, poderia ser fatal. Os médicos sabiam que a quimioterapia iria afetar os ovários e, por isso, aos nove anos de idade, foi removido o ovário direito à jovem para o preservar. Para além da quimioterapia, a jovem foi também submetida a um transplante de modula óssea. O seu ovário esquerdo deixou de funcionar, mas os médicos fizeram uma nova intervenção para implantar no ovário que deixou de funcionar tecidos descongelados do órgão saudável que foi retirado e guardado. Depois deste procedimento, o único ovário da jovem começou, de novo, a trabalhar e a menstruar.

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De forma a que Moaza conseguisse, de facto, engravidar, ela e o marido tiveram de se submeter a programas de fertilização, através do qual foram colocados dois embriões no útero da jovem. A mulher, em entrevista à BBC, afirmou emocionada que tudo isto foi um milagre e que ter um bebé saudável era o seu sonho e o do marido.

Desde 2001, foram feitos procedimentos idênticos, em cerca de 60 mulheres, que conseguiram recuperar a sua fertilidade através de ovários congelados. Ainda assim, Moaza terá sido a primeira jovem a ter o ovário armazenado antes de chegar à puberdade.

Começaram também a ser desenvolvidos estudos para fazer o adotar o mesmo procedimento, mas em homens, o que passaria pela capacidade de congelar tecido dos testículos para permitir a sua reimplantação, salvaguardando a fertilidade futura. Este tratamento já foi feito a um menino de nove anos, mas ainda não foram realizados os testes efetivos.