Mais de meia centena de pessoas reuniu-se esta sexta-feira na praça Luís de Camões, em Lisboa, para um protesto contra o alegado massacre de civis na cidade síria de Alepo, parcialmente controlada por forças da oposição ao regime. A concentração foi marcada para o período entre as 18h30 e as 22h00 numa das praças mais turísticas da capital portuguesa. À hora marcada estavam no local quase 30 pessoas, alguns deles estudantes sírios, com um enorme faixa a dizer “Portugal com Aleppo — Stop Massacre Assad/Putin“.

Em declarações aos jornalistas presentes no local, Pedro Fortunato, do Movimento Alternativa Socialista (MAS) — que se associou ao protesto — desvalorizou a escassa presença de pessoas no protesto, que se realizou num dos dias mais frios deste Inverno em Lisboa.

As pessoas que sabem o que está a acontecer neste momento [em Alepo] e que se importam, esperamos que venham. As que não sabem que fiquem a saber e que fiquem conscientes da carnificina, dos crimes de guerra, das atrocidades que estão a ser cometidas, da quantidade de civis mortos, dos cessar-fogo que não o são” disse Pedro Fortunato, de 28 anos.

A evacuação dos bairros rebeldes da cidade síria de Alepo foi esta sexta-feira suspensa, disse uma fonte militar síria, acrescentando que estava “suspensa, mas não concluída”. A evacuação de Alepo integra-se num acordo de cessar-fogo negociado entre a Rússia e a Turquia e que entrou em vigor na quinta-feira, depois de ter fracassado numa primeira tentativa na véspera. As forças sírias do do Presidente Bashar al Assad acusaram a oposição de não ter respeitado os termos do acordo. Segundo o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, cerca de 50.000 pessoas continuam em Alepo leste.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Cerca de meia hora depois de começar o protesto em Lisboa — foram marcados protestos semelhantes para a mesma hora para o Porto, Coimbra e Faial — a concentração já reunia mais de meia centena de manifestantes. Pedro Fortunato disse que este tipo de ação não vão parar “até o massacre parar em Aleppo”.

Esperamos não parar até que pare a guerra civil [na Síria]. Mas tudo depende das pessoas que cá estão, da sua própria vontade de continuar o protesto. Se quem cá está tiver vontade de dar continuidade a esta vigília, com outras vigílias, com concentrações, manifestações ou outro tipo de iniciativas, seguramente estaremos cá para responder”, concluiu.

Os manifestantes acenderam velas em cima das faixas, estendidas no chão, em sinal de protesto contra o massacre de Aleppo e em solidariedade para com as vítimas do conflito.