A Rússia e o Japão admitiram esta quinta-feira que não houve resolução após dois dias de cimeira sobre a disputa territorial de décadas que os impediu de firmar um tratado de paz para acabar formalmente as hostilidades desde a II Guerra Mundial.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reuniram-se na cidade natal de Abe e em Tóquio, naquela que é descrita como a mais recente tentativa para chegar a um acordo desde que as discussões entre o Japão e a antiga União Soviética começaram em 1956. “Seria ‘naive’ pensarmos que podemos resolver este problema numa hora”, disse Putin numa conferência de imprensa conjunta com Abe. “Mas é indubitavelmente necessário procurar uma solução”, acrescentou.

Abe concordou e disse que o esforço iria continuar. “Concluir um tratado de paz que não foi concluído há mais de 70 anos não é fácil”, disse. “Penso que nós os dois, enquanto líderes, conseguimos demonstrar a nossa sincera determinação com vista à assinatura do tratado de paz, embora se mantenham dificuldades pela frente”, disse.

A União Soviética tomou o controlo de quatro ilhas na costa norte japonesa nos últimos dias da guerra, em 1945. A disputa sobre estas ilhas, conhecidas como Curilhas na Rússia e Territórios do Norte no Japão, impediu as duas partes de porem fim ao conflito.

Em 1956, a então União Soviética mostrou-se disposta a devolver as duas ilhas mais meridionais do arquipélago (Habomai e Chikotan) em troca da assinatura de um tratado de paz, mas Tóquio recusou. Essa proposta foi repetida após a queda da União Soviética.

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