O comércio entre a China e os países de língua portuguesa caiu 10,32% nos primeiros dez meses do ano, face ao período homólogo de 2015, indicam dados oficiais divulgados esta segunda-feira.

Segundo estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, publicadas no portal do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), o comércio entre a China e os países lusófonos foi de 75,49 mil milhões de dólares (72,32 mil milhões de euros) entre janeiro e outubro.

Pequim comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 51,72 mil milhões de dólares (49,55 mil milhões de euros) — menos 2,50% — e vendeu 23,77 mil milhões de dólares (22,77 mil milhões de euros) — menos 23,64% face aos primeiros dez meses de 2015.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com trocas comerciais bilaterais de 56,34 mil milhões de dólares (53,97 mil milhões de euros), uma queda de 7,89% em termos anuais homólogos.

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As exportações da China para o Brasil atingiram 17,65 mil milhões de dólares (16,91 mil milhões de euros), menos 25,61%, enquanto as importações chinesas totalizaram 38,69 mil milhões de dólares (37,06 mil milhões de euros), uma subida de 3,34%.

Com Angola, o segundo parceiro comercial da China no universo da lusofonia, as trocas comerciais caíram 25,47%, para 12,78 mil milhões de dólares (12,24 mil milhões de euros).

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 1,41 mil milhões de dólares (1,35 mil milhões de euros) — menos 55,96% face aos primeiros dez meses de 2015 — e comprou bens no valor de 11,37 mil milhões de dólares (10,89 mil milhões de euros), menos 18,46%.

Com Portugal, terceiro parceiro lusófono da China, o comércio bilateral ascendeu a 4,64 mil milhões de dólares (4,44 mil milhões de euros) — mais 25,95% –, numa balança comercial favorável a Pequim, que vendeu a Lisboa 3,36 mil milhões de dólares (3,21 mil milhões de euros) — mais 38,97% — e comprou produtos avaliados em 1,27 mil milhões de dólares (1,21 mil milhões de euros), mais 0,98%.

Em 2015, o comércio entre a China e os países de língua portuguesa caíu 25,73%, a primeira queda desde 2009.

Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter relações diplomáticas com Taiwan e não participar no Fórum Macau.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.

A quinta conferência decorreu em Macau entre 11 e 12 de outubro com a presença de cinco primeiros-ministros (da China, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique), naquela que foi a representação de mais alto nível de sempre. Angola, Brasil e Timor-Leste fizeram-se representar por ministros.