O Presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, anunciou na segunda-feira, pouco antes do final do seu mandato, o novo Governo do país, sem esperar pelos resultados da mediação da Igreja Católica para acabar com a crise política.

A leitura da composição do novo Governo foi feita na televisão pública, pouco antes da meia noite de terça-feira (23h em Lisboa), hora a partir da qual os críticos de Joseph Kabila consideram que deixou de ter legitimidade para estar no cargo.

Pouco depois do anúncio, tiros foram ouvidos pelos jornalistas da agência noticiosa AFP em vários bairros do norte de Kinshasa, mas a origem precisa do tiroteio, ouvido em dois distritos do norte da capital, não é clara. As eleições presidenciais que deveriam ter ocorrido este ano foram adiadas por tempo indeterminado. A formação do novo Governo é o resultado de um acordo de partilha no poder assinado em outubro, entre a maioria e uma parte da oposição, mas sem o apoio do maior partido da oposição.

A 8 de dezembro, a Conferência Episcopal Nacional do Congo lançou uma mediação para conciliar os apoiantes do acordo de outubro e os seus opositores, abrindo caminho para um período de transição política até à eleição de um sucessor de Joseph Kabila.

Na ausência de qualquer progresso significativo, os bispos suspenderam as negociações no sábado à noite para uma visita a Roma ao papa Francisco, tendo anunciado que seriam retomadas na quarta-feira.

Nos termos da Constituição, Joseph Kabila, no poder desde 2001, e cujo segundo mandato terminou esta terça-feira, não pode apresentar-se às eleições presidenciais.

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