O Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode ter sido lesado em mais de 1.000 milhões de euros, nos últimos quatro anos, devido a casos de corrupção perpetuada pelos profissionais de saúde. Desde 2012, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ) deteve um número elevado de profissionais de saúde: 71, entre médicos, delegados de saúde, fornecedores. Só este ano já foram detetadas 39 alegadas suspeitas de fraude na saúde. Os dados foram avançados pela SIC.

Duas investigações conhecidas são:

  • O caso da farmácia da Quinta do Conde, em Sesimbra, onde seriam falsificadas receitas de remédios com taxas altas de comparticipação (entre os 90% e 100%). Os remédios nem chegavam a sair da farmácia mas o Estado pagava-os como se tivessem sido vendidos. A investigação da Judiciária resultou em 13 detidos em 2013.
  • No ano seguinte foi a vez do processo “Remédio Santo”, no qual foram condenados 16 dos 18 arguidos acusados de burlar o SNS em 4 milhões de euros. Outro médico foi condenado a sete anos e meio de prisão, sendo que também estava acusado noutro processo.

Carla Costa, do Grupo de Prevenção e Luta Contra a Fraude no Serviço Nacional de Saúde, criada em 2011 no âmbito da Ministério da Saúde, explicou à SIC que a corrupção na saúde é fácil de ocorrer porque os perpetuadores têm conhecimento na área e há falta de mecanismos de controlo. Depois das denúncias, nos meses seguintes verifica-se uma diminuição das comparticipações mas por pouco tempo.

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