Se em 2014 alguém nos tivesse dito que em 2015 iríamos perder uma boa meia hora todas as manhãs a fazer contouring, provavelmente não teríamos acreditado. Mas a verdade é que os contornos tornaram-se um fenómeno de maquilhagem e nesse ano as vendas de iluminadores aumentaram 48,5 por cento, algo nunca antes visto. Serve isto para dizer que a indústria da beleza é imprevisível e as inovações estão constantemente a chegar de todo o lado (nos últimos anos, principalmente da Coreia).

Por outro lado, as mulheres estão cada vez mais interessadas em saber, afinal, o que é que andam a pôr na pele todos os dias. 2016 foi por isso um ano em que os produtos orgânicos e biológicos ganharam um interesse cada vez maior — e a tendência é para aumentar em 2017. O que explica a eleição de “Greenery”, um verde musgo, como a cor para o próximo ano da Pantone.

Em 2016 vimos nascer apps que ajudam a ler a pele, o multimasking tornou-se uma nova rotina, a maquilhagem chegou aos homens (e atraiu milhões de seguidores), lavar o cabelo com condicionador tornou-se tendência, os jogos olímpicos colocaram meio mundo a falar do cupping e a meio do ano identificou-se mesmo o regresso das permanentes. Tudo isto foi previsto? Talvez sim, talvez não. Mas há previsões interessantes para 2017 que vale a pena ter debaixo de olho.

Máscaras de alta tecnologia

2016 foi, sem dúvida, o ano das máscaras. Segundo o jornal britânico Telegraph, os especialistas preveem que, no próximo ano, as máscaras se tornem ainda mais tecnológicas e que o seu sucesso perdure na cosmética. Embora não tenha chegado a Portugal, a marca Nannette de Gaspé tornou-se um fenómeno com as suas máscaras Youth Revealed Restorative Techstile de textura seca e baseadas num conceito japonês de resultados imediatos. A Vogue Brasil explica que os seus componentes não são diluídos em água e, por isso, não têm a capacidade de oxidar, fundindo-se automaticamente com a pele. Já há rumores de que esta marca vai lançar uma versão de máscara de lifting para – prepare-se – o peito e os glúteos, e que Charlotte Tilbury também se vai aventurar em máscaras de alta tecnologia.

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As famosas máscaras de Nannette de Gaspé que, embora não se vendam em Portugal, podem ser compradas online no site http://www.selfridges.com (os portes de envio rondam os 17€).

Ingredientes da Coreia cada vez mais utilizados

A beleza coreana tem estado na vanguarda de várias tendências que, nos últimos anos, chegaram ao ocidente. E longe vai o tempo em que França era considerada líder global na beleza. Hoje em dia, a indústria coreana é das mais avançadas no mundo e muitas das marcas ocidentais estão a recorrer aos seus conhecimentos para criar novos produtos. O site Popsugar fala de cinco ingredientes que, em 2017, vão ganhar ainda mais destaque. Na fotogaleria, em baixo, veja alguns produtos que já encontra com estas tendências.

  • Bambu: Este ingrediente tem sido usado na Coreia pelas suas propriedades medicinais curativas. O bambu consegue “imitar” a humidade natural da pele mas também atuar como humectante, ou seja, infundir humidade na pele, hidratando-a.
  • Yuza: Ou yuzu, é um citrino com uma alta concentração de vitamina C. Este extrato ajuda a iluminar a pele e protege do envelhecimento precoce.
  • Seiva de bétula: Este “sumo” é considerado a próxima água de coco graças à quantidade de aminoácidos, açúcares e minerais que consegue dar à pele. Altamente hidratante, ajuda a reter a humidade e tem vindo a substituir a água em muitos produtos de beleza coreanos.
  • Mel real: As marcas coreanas estão a colocar de parte o mel natural para se focarem essencialmente no mel fermentado ou envelhecido. É diferente do mel regular porque passa por um processo de fermentação e, com isso, tem menos preenchimento de água e muito mais vitaminas, minerais e aminoácidos, o que dá à pele uma dose maior de nutrição e hidratação.
  • Formulações de cores naturais: Uma das coisas em que as marcas coreanas mais têm apostado é na criação de produtos o mais naturais possível — sem adicionar cores ou fragrâncias artificiais. E isso significa, por vezes, deixar os extratos nos seus estados naturais, mesmo que, visualmente falando, não se tornem produtos muito apelativos. E isso vai ser cada vez mais usado no ocidente.
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Micróbios amigos da pele

Este ano houve um aumento nas pesquisas em torno dos probióticos e dos seus benefícios na pele e, para 2017, o Telegraph escreve que este género vai crescer com mais inovações e lançamentos dentro desta categoria. Um exemplo disso foi o grande lançamento de Slow-Age de Vichy, um fluído antioxidante com probióticos que previne e corrige os sinais de envelhecimento em diferentes fases de formação (manchas, vermelhidão, rugas e perda de firmeza).

Máscaras de carvão e microblading

O Pinterest já lançou as suas previsões de beleza para 2017 e, entre elas, encontram-se duas interessantes: depois da popularidade do carvão nos cosméticos, as receitas de máscaras de carvão caseiras vão chegar em grande este ano. Outra das tendências é o microblading, técnica que corrige falhas nas sobrancelhas e que consiste na implantação de pigmento através de microagulhas que conseguem construir fios ultra-finos que se misturam nos naturais. Embora relativamente novo, já se faz em alguns centros de estética em Portugal.

Texturas que se transformam

Os especialistas preveem que, no próximo ano, os produtos que mudam de textura à medida que os usamos vão tornar-se uma tendência global. A grande aposta vai ser em produtos de beleza que surpreendem os sentidos, explica Chrissy Hilton-Gee, investigadora de beleza na agência Trendstop. As bolas de limpeza coreanas são uma das últimas tendências que poderão chegar à Europa. São bolas que se derretem e ficam liquidas quando entram em contacto com a pele. A mais valia é que têm cores específicas para cada problema de pele. Até chegarem, veja, na fotogaleria, alguns produtos que já vêm apostando nesta tendência de transformação.

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