O site Car News China chama-lhe o “mais belo carro eléctrico da China”. E o mundo ocidental tenderá a concordar. Por uma simples razão: quem é que se atreve a dizer que o Pagani Huayra é feio? E a verdade é que, entre o superdesportivo italiano e o Supercar (assim é designado o modelo chinês), poucas diferenças existem no capítulo da estética. Não é preciso ir buscar os óculos de ver ao perto para chegarmos a uma conclusão elementar: estamos perante uma cópia. Mas das baratinhas – já lá vamos, que o melhor fica para o final.

Desenhado por um jovem de 26 anos, de seu nome Liu Shengqi, o Supercar nasce de um sonho. O sonho de Liu Shengqi que queria conceber um automóvel desportivo que enchesse as medidas de uma clientela mais nova.

Liu sonhou e a obra nasceu. Não sem o chinês, nascido na província de Jilin, ter tido alguns pesadelos pelo meio. É que recém-casado teve de recorrer ao dinheiro que familiares e amigos lhe deram por ocasião da boda para terminar o seu protótipo. Despediu-se de cerca de 6.880€ e disse “olá” ao argumento que lhe viria a permitir convencer uma empresa chamada Shandong Qilu a produzir em série o seu bólide eléctrico. E é neste ponto, sob o capot, que residem as principais diferenças entre o Pagani Huayra e o seu clone chinês.

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Não será de ânimo leve que o Huayra custa 1,3 milhões de euros. É uma obra de arte

Segurem-se todos, porque estamos perante uma máquina infernal. Verdade: a versão de base tem 4 cv e deve ser um inferno pô-los a falar uns com outros, tanto que o Supercar faz… 40 km/h. A boa notícia é que as suas baterias não lhe permitem fazer mais que 80 km com uma só carga. Para a loucura, há uma versão mais potente: com 10 cv, capaz de pôr o velocímetro no ponteiro dos 60 km/h e de oferecer uma autonomia de 100 km. E se isto é um Supercar, então o Pagani Huayra é mesmo o quê?

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Se tivermos em conta que o Huayra original contava com um motor biturbo de 6,0 litros e 12 cilindros de origem Mercedes-AMG, capaz de debitar 730 cv 1.000 Nm de binário máximo, então, seriam necessários 73 exemplares juntos da versão mais assanhada do Supercar chinês para estarmos a falar de igual para igual. Em termos de potência, claro.

Em termos estéticos, estamos perante aquilo que parece ser uma cópia descarada, mas em termos práticos não há qualquer choque com a realidade: o Supercar apresenta-se como um LSEV, sigla que abrevia low-speed electric vehicle, que é como quem diz veículo eléctrico de baixa velocidade. Isso!

Medindo 4 metros de comprimento, 1,70 de largura e 1,30 de altura, o Supercar é compacto e pesa apenas 200 kg, por ser fabricado em fibra de vidro. Dá ares de quem está sempre pronto a correr, mas só ganha a uma lesma. Em contrapartida, enquanto o Pagani Huayra custa cerca de 1,3 milhões, este fica-se (quase) pelos tostões: a versão de acesso à gama já está à venda por 38.000 yuan – cerca de 5.230€ ao câmbio actual.